Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que mais de 1 bilhão de pessoas convivem com transtornos mentais, apresentando um aumento significativo em relação a 2000. Ansiedade e depressão foram identificadas como as condições mais comuns entre os afetados. A situação é particularmente alarmante em países de baixa renda, onde menos de 10% das pessoas recebem tratamento adequado, em contraste com mais de 50% em nações de alta renda.
Os relatórios “Saúde Mental Mundial Hoje” e “Atlas da Saúde Mental 2024” indicam uma crescente prevalência de transtornos mentais ao redor do globo, impactando indivíduos de todas as idades e contextos econômicos. O custo indireto dessas condições à economia global é estimado em cerca de US$ 1 trilhão por ano.
Apesar de alguns avanços em investimentos e ações, os especialistas defendem que é necessário um esforço global maior para expandir os serviços de saúde mental. O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, afirmou que a transformação dos serviços de saúde mental representa um dos desafios mais prementes da saúde pública, enfatizando que investir nesse campo é essencial para o bem-estar das comunidades e economias.
A responsabilidade de agir e garantir que os cuidados de saúde mental sejam considerados um direito humano básico foi destacada pelo chefe da OMS. Os transtornos mentais figuram como a segunda principal causa de incapacidade a longo prazo, afetando significativamente a qualidade de vida.
Os dados mostram que os problemas de saúde mental variam conforme o gênero, com as mulheres sendo desproporcionalmente afetadas. Em 2021, a OMS registrou 727 mil suicídios, um problema que se tornou uma das principais causas de morte entre os jovens. Apesar da meta de redução das mortes por suicídio até 2030, estima-se que apenas uma diminuição de 12% será alcançada nesse período.
Além disso, o gasto médio do governo com saúde mental tem permanecido em apenas 2% do orçamento total de saúde, uma situação inalterada desde 2017, mesmo após a pandemia. Há uma disparidade alarmante entre países de alta e baixa renda, sendo que os primeiros investem cerca de US$ 65 por pessoa, enquanto os últimos apenas US$ 0,04.
Origem: Nações Unidas