A capital do Catar, Doha, recebe a partir desta segunda-feira a 11ª Sessão da Conferência dos Estados Partes da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, conhecida como Cosp11. Este encontro, que se estende até sexta-feira, contará com a presença de aproximadamente 2,5 mil participantes de diversas partes do mundo e é realizado sob o tema “Moldando a Integridade do Amanhã”.
Em um vídeo veiculado durante a abertura do evento, o secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatizou que a corrupção não é um crime sem vítimas. Ele destacou que este fenômeno “alimenta conflitos, perpetua desigualdades e drena recursos essenciais para proteger as pessoas e o planeta”. Guterres salientou que cada dólar perdido para a corrupção é um dollar que poderia ter sido utilizado por aqueles que buscam um futuro melhor.
O líder das Nações Unidas ainda apontou o impacto das tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, que, segundo ele, podem acelerar a corrupção, mas também oferecem ferramentas para sua detecção e prevenção. Guterres apelou a uma colaboração entre governos, setor privado e sociedade civil, sublinhando que a regulamentação e responsabilização são fundamentais para promover um avanço significativo na luta contra a corrupção.
Além disso, o secretário-geral ressaltou a importância da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, que proporciona a estrutura necessária para a cooperação internacional através do Mecanismo de Revisão, já utilizado por países para identificar lacunas e promover reformas. Ele pediu que os países concordem sobre uma nova fase deste instrumento legal, essencial para garantir a continuidade dos progressos alcançados.
Durante a conferência, os participantes discutirão, além do uso da inteligência artificial e das novas tecnologias, questões relacionadas à corrupção, criminalidade econômica e organizada. A urgência de uma cooperação internacional eficaz contra redes criminosas e pela responsabilização será um dos focos. A conferência também abordará medidas para fortalecer sistemas financeiros públicos, melhorar a transparência e reduzir fluxos financeiros ilícitos.
Outro ponto de destaque será a defesa do jornalismo investigativo, dos profissionais da mídia e dos denunciantes que desempenham um papel crucial na luta contra a corrupção. A conferência promete ser um espaço vital para reflexões e ações conjuntas na busca por um futuro mais íntegro e livre de corrupção.
Origem: Nações Unidas





