A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou uma campanha de vacinação anti-pólio em massa em Gaza, programada para ocorrer entre os dias 22 e 26 de fevereiro. A iniciativa visa imunizar mais de 591 mil crianças com menos de 10 anos, utilizando uma nova vacina oral contra a poliomielite tipo 2, conhecida como nOPV2.
O contexto em Gaza é preocupante, pois a superlotação e as más condições de água e saneamento, agravadas por 15 meses de conflito, favorecem a propagação do vírus. Apesar de não haver novos casos de poliomielite desde agosto, análises recentes de águas residuais indicam a continuidade da circulação do poliovírus na região. Essa será a terceira rodada de vacinação após campanhas realizadas em setembro e outubro do ano passado, que conseguiram imunizar mais de 95% do público-alvo.
Além da urgência em vacinar as crianças, a OMS destaca a necessidade de esforços adicionais para alcançar todos os menores em situação de vulnerabilidade. O sistema de saúde em Gaza foi severamente afetado pela guerra, com 95% dos hospitais fora de operação.
Em um contexto mais amplo, um relatório recente estima que a reconstrução de Gaza e da Cisjordânia custará em torno de US$ 53,2 bilhões na próxima década, com a necessidade imediata de US$ 20 bilhões nos primeiros três anos para restaurar serviços essenciais e infraestrutura. O conflito deixou um rastro de destruição significativa, com mais de 292 mil casas danificadas ou destruídas.
Simultaneamente, a ONU condenou a invasão de um Centro de Formação da Unrwa por forças israelenses, demandando uma evacuação imediata sob uso de gás lacrimogêneo, o que foi classificado como “desnecessário e inaceitável”. A crescente tensão e as dificuldades humanitárias em Gaza apenas ressaltam a urgência de uma resposta internacional coordenada e a necessidade de garantir a proteção dos direitos e da saúde da população infantil.
Origem: Nações Unidas