Moore Threads, um fabricante chinês que busca se destacar em um mercado dominado por NVIDIA e AMD, anunciou uma nova geração de GPUs no âmbito de seu ecossistema MUSA. As novas placas, denominadas Lushan e Huashan, têm objetivos distintos: Lushan é voltada para jogos e criação de conteúdo, enquanto Huashan se destina a cargas de trabalho de Inteligência Artificial e centros de dados. A empresa apresentou dados impressionantes, prometendo melhorias de “até 15 vezes” em desempenho em jogos e “até 50 vezes” em traçado de raios, enquanto se comprometeu a oferecer compatibilidade com APIs modernas, como o DirectX 12 Ultimate.
Esse lançamento ocorre em um contexto onde a China busca reduzir sua dependência tecnológica de componentes críticos, tanto em hardware quanto em software. Moore Threads, portanto, pretende se posicionar como uma alternativa viável, oferecendo uma arquitetura inovadora e soluções de computação de baixa precisão para inferências, além de um escalonamento eficiente por meio de interconexões próprias.
A nova arquitetura, apelidada de “Flower Harbor” (Huagang), servirá de base para as GPUs Lushan e Huashan. A empresa afirma ter redesenhado o bloco de computação, aumentando a densidade e a eficiência energética, e promete ampla compatibilidade com diversos formatos de dados, o que seria atrativo para desenvolvedores.
No caso do modelo Lushan, que deve suceder as placas anteriores da linha MTT, a empresa não divulgou especificações completas, mas indicou que haveria um salto significativo em desempenho e memória para atender jogos AAA. Essa proposta é vista com ceticismo, já que a indústria frequentemente espera dados verificáveis de desempenho antes de acreditar nas promessas feitas pelos fabricantes.
Por sua vez, Huashan é descrita como uma GPU projetada para computação e treinamento em IA, visando configurações em chiplet e memória HBM. A empresa busca competir em termos de eficiência e escalabilidade, embora a viabilidade do modelo dependa fortemente de um ecossistema de software robusto.
Embora ainda não se compare à força global de NVIDIA ou AMD, os anúncios da Moore Threads têm importante relevância estratégica para o mercado chinês por três motivos: a necessidade de alternativas locais para evitar gargalos no consumo e na infraestrutura de dados, o aprendizado contínuo em dispositivos gráficos e um mercado interno colossal que pode financiar inovações rápidas.
Por fim, as novas GPUs deverão chegar ao mercado em 2026, mas acompanhadas de um compromisso com testes independentes e comparações de desempenho que serão fundamentais para validar as promessas feitas pela empresa.





