Durante uma conferência internacional realizada em Paris, o secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatizou que a inteligência artificial (IA) deve ser usada como um recurso que beneficie a humanidade. Ele instou os países-membros a apoiarem a criação de um painel científico focado neste tema. A declaração surge em um momento em que as Nações Unidas, em setembro, adotaram o Pacto Digital Global sobre a Governança da IA, buscando garantir que a tecnologia não crie um abismo socioeconômico entre aqueles com e sem acesso a seus benefícios.
Durante o evento, Guterres destacou a necessidade de um diálogo global sobre as aplicações da IA, sempre respeitando os direitos humanos. Especialistas da UNESCO e da Ompi trouxeram à tona preocupações sobre a ética e os direitos autorais, especialmente na produção de conteúdo pela indústria criativa. O produtor musical João Marcello Bôscoli, que já utiliza IA em seu trabalho, compartilhou sua visão sobre o papel do ser humano na criação musical.
Ele expressou sua preocupação de que a tecnologia não substitua os aspectos humanos da música, afirmando que a presença do artista é essencial para a autenticidade das criações. Bôscoli destacou que a IA deve funcionar como uma ferramenta, e não um substituto, particularmente em campos sensíveis como a música, onde a emoção e a interpretação desempenham papéis cruciais.
A discussão sobre a regulamentação de direitos autorais na era da IA é cada vez mais relevante, com artistas e especialistas pedindo por melhores mecanismos que garantam a remuneração justa dos criadores. Bôscoli afirmou que ainda há um longo caminho a percorrer para que a indústria musical se adapte plenamente a esse novo paradigma, ressaltando a importância de não deixar que o ser humano saia da equação criativa. O evento em Paris, portanto, representa um passo significativo no debate sobre o futuro da IA e seu impacto em diversas esferas da sociedade.
Origem: Nações Unidas