Um grupo de estudantes da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e da Universidade do Minho (UMinho) participou, nos dias 18 e 19 de outubro, numa oficina experimental dedicada à produção tradicional de cal nos fornos da aldeia de Campanhó, em Mondim de Basto. A iniciativa foi promovida pela Campanoo – Associação Cultural, Ambiental e Patrimonial.
A atividade, intitulada “Produção de Cal Tradicional nos Fornos de Campanhó”, visou recriar o processo artesanal de fabrico da cal hidráulica, enfatizando a importância do património material e imaterial ligado a esta prática ancestral. O evento combinou uma abordagem teórica e prática, envolvendo alunos de diversas áreas académicas.
A sessão de abertura foi conduzida pelo arqueólogo Luís Pereira, diretor da Campanoo, que fez uma apresentação sobre a história da exploração da cal em Campanhó e sua relevância económica ao longo dos séculos. Durante o evento, as palestras de Rute Eires (UMinho) e Eunice Salavessa (UTAD) abordaram a evolução dos diferentes tipos de cal e um estudo sobre o potencial hidráulico do meta-calcário local.
Na parte prática, os participantes se dedicaram à calcinação e extinção da pedra calcária, em um processo que exigiu dedicação contínua por mais de 24 horas. Sob a orientação do mestre Eduardo Aguiar, os alunos coletaram materiais, alimentaram o fogo e monitoraram o forno, recriando técnicas utilizadas desde a Idade Média.
A atividade faz parte de uma estratégia mais abrangente de valorização do património cultural de Campanhó, promovendo a transmissão de saberes tradicionais e o intercâmbio entre ciência e memória local. O evento também contou com o apoio do Município de Mondim de Basto e do Conselho Diretivo dos Baldios de Campanhó.
Origem: UTAD






