A pescaria de cerco da sardinha ibérica recebeu recentemente a certificação do Marine Stewardship Council (MSC), marcando um importante passo em direção à sustentabilidade no setor pesqueiro de Portugal e Espanha. Após anos de esforços conjuntos entre produtores, governos e cientistas, a cerimônia de entrega da certificação ocorreu hoje em Matosinhos, destacando o compromisso com a proteção dos recursos marinhos e o futuro das comunidades costeiras.
Essa conquista é histórica, uma vez que a sardinha portuguesa já havia conquistado o selo em 2010, mas teve sua certificação suspensa em 2014 devido a preocupações com o estado do estoque. Agora, com a inclusão de 339 embarcações na certificação — sendo 144 de Portugal e 195 da Espanha —, a colaboração de 17 organizações de produtores e três associações da indústria alimentar foi decisiva para alcançar esse novo reconhecimento.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) teve um papel essencial no apoio científico à candidatura, coordenando um grupo de trabalho no projeto SARDINHA2030. Este projeto, financiado pelo Programa MAR2030 e co-financiado pela União Europeia, promoveu a coleta de informações sobre a sustentabilidade das pescas. O trabalho do IPMA foi reconhecido com o prêmio “Impulso à Pesca Sustentável” em 2024, durante a primeira edição dos Prémios Mar Para Sempre do MSC.
Durante o processo de avaliação, iniciado em setembro de 2024, foram realizados encontros técnicos com diversos interessados e visitas às instalações do IPMA. Um relatório preliminar, publicado em março, destacou que as pontuações atendiam a todos os critérios do padrão MSC.
Para manter a certificação, a pescaria precisará seguir condições específicas, como a intensificação da monitorização científica do estoque e a avaliação dos impactos sobre o ecossistema, abrangendo espécies não-alvo e habitats. O IPMA continuará a desempenhar um papel fundamental em garantir que as práticas de pesca se mantenham em conformidade com as normas estabelecidas, por meio do fornecimento de informações científicas contínuas e atualizadas.
Origem: Instituto Português do Mar e da Atmosfera