A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu um grave alerta epidemiológico sobre o aumento do risco de surtos de dengue nas Américas, apontando que a crescente circulação do sorotipo Denv-3 em diversos países da região é a principal causa da preocupação. A Opas solicita que os governos adotem medidas para fortalecer a vigilância epidemiológica, o diagnóstico precoce e o manejo clínico da doença, visando mitigar o potential crescimento nos casos.
A dengue, que é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, é conhecida por possuir quatro sorotipos, sendo que a infecção por um sorotipo proporciona imunidade vitalícia, porém novas infecções por outros sorotipos podem elevar o risco de formas graves da doença. Atualmente, a presença do sorotipo Denv-3 foi confirmada em várias nações, incluindo Brasil, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México e Peru. A Argentina também reconheceu a introdução deste sorotipo em 2024, o que aumenta as preocupações sobre a saúde pública.
Dados recentes indicam que, em 2024, mais de 13 milhões de casos de dengue foram registrados nas Américas, sendo 22.684 classificados como graves e resultando em 8.186 óbitos. O Brasil é o país mais afetado, representando 87% dos casos, seguido pela Colômbia com 5,6%. Muitas dessas ocorrências estão ligadas ao aumento de casos do Denv-3, observado principalmente entre crianças.
Para enfrentar essa situação, a Opas recomenda que os países implementem medidas rigorosas de controle de vetores, melhorem a capacidade diagnóstica e assegurem um tratamento adequado para evitar complicações graves. Além disso, campanhas de educação pública para reduzir a exposição a mosquitos e eliminar criadouros são consideradas essenciais.
A vacinação também é um ponto de atenção, uma vez que a vacina contra dengue TAK-003, utilizada em alguns países, apresenta menor eficácia contra o Denv-3, especialmente em crianças sem histórico de infecções anteriores. A Opas reitera a importância de monitorar continuamente a segurança da vacinação e os efeitos adversos que possam surgir.
A agência permanece em observação sobre a evolução do Denv-3 e reforça a necessidade de preparar os sistemas de saúde para um aumento significativo nos casos, visando minimizar o risco de consequências graves para a população.
Origem: Nações Unidas