Nos últimos anos, a economia digital tornou-se um elemento central no desenvolvimento global, impulsionada por padrões tecnológicos. Estes padrões, que vão desde os smartphones até veículos conectados, são sustentados por um sistema de patentes que fomenta a pesquisa e o desenvolvimento (P&D) e facilita o intercâmbio de conhecimentos técnicos.
Um novo estudo da Oficina Europeia de Patentes (OEP) revela a relação intrínseca entre patentes e padronização tecnológica. O relatório analisa dados que contemplam não apenas a situação atual das patentes, mas também os litígios sobre patentes essenciais padrão (SEPs) na Europa e o papel do Tribunal Unificado de Patentes (TUP) nesta dinâmica.
António Campinos, presidente da OEP, destaca que "os padrões tecnológicos são a coluna vertebral da economia digital", essencial para a inovação e a interoperabilidade eficiente entre dispositivos e plataformas. Com a crescente importância de áreas como inteligência artificial (IA) e tecnologias quânticas, a OEP se posiciona como um ator chave para promover um sistema de patentes equilibrado e transparente.
A pesquisa também revela que as SEPs são fundamentais para a tecnologia cotidiana, desde a conectividade 5G até o streaming de vídeo. Sem elas, as redes digitais atuais não funcionariam. O Índice de Patentes 2024 da OEP mostra que a tecnologia da informação, especialmente a IA, está liderando as solicitações de patente, com uma previsão de 30 bilhões de dispositivos conectados até 2030.
As SEPs não são apenas essenciais para a integração tecnológica, mas também são motores de crescimento econômico. Por exemplo, a série de padrões Wi-Fi está presente em mais de 80.000 produtos no mercado. Com um compromisso da Comissão Europeia em aumentar a transparência na relação entre patentes e padrões tecnológicos, a OEP compilou um vasto repositório de documentos que auxilia na análise de patentes, garantindo a concessão apenas para inovações realmente distintas.
Além disso, a criação do TUP, em junho de 2023, marca um novo capítulo na resolução de disputas sobre SEPs, promovendo maior segurança jurídica e eficiência. Com o TUP resolvendo 23 disputas em seus primeiros meses de atividade, espera-se que isso minimize litígios paralelos e facilite a resolução de conflitos em âmbito europeu. O lançamento do Centro de Mediação e Arbitragem de Patentes, previsto para 2025, deve reforçar ainda mais essa nova era na gestão de disputas sobre inovações tecnológicas.