O módulo de 2024 do Inquérito ao Emprego, focado em “Jovens no mercado de trabalho”, trouxe à tona a preocupação com a educação e as dificuldades enfrentadas pelos jovens na conclusão de seus cursos. A análise revelou que, entre a população de 15 a 34 anos, 16,8% dos entrevistados não completaram nenhum nível de escolaridade. Desses, mais da metade (50,8%) abandonou programas de ensino superior, citando, como principais motivos, “questões financeiras ou de trabalho” (30,1%) e a percepção de que “o curso era demasiado difícil ou não correspondia às expectativas” (28,2%).
Entre os jovens que completaram o ensino superior, 12,4% alcançaram qualificações orientadas para a vocação ou profissionalização, com experiência prática integrada ao seu currículo escolar. Essa experiência pode ser um fator relevante na inserção desses indivíduos no mercado de trabalho.
Em um grupo de 16 a 34 anos que estão empregados ou que já tiveram experiência profissional, um em cada cinco (20,8%) acredita ter um nível de escolaridade superior ao exigido em seus empregos. Além disso, 22,7% consideram ter habilidades que superam as requeridas para suas funções. Apesar disso, 41,3% dos que completaram o ensino secundário ou o ensino superior afirmam que sua formação está alinhada com as exigências de trabalho que desempenham.
Esses dados levantam questões importantes sobre a adequação da formação acadêmica às demandas do mercado de trabalho e destacam a necessidade de estratégias que incentivem a conclusão dos estudos, especialmente em áreas com maior taxa de abandono. As conclusões do inquérito podem ser essenciais para a formulação de políticas públicas que visem enfrentar esses desafios, promovendo um ambiente mais favorável para a educação e inserção profissional dos jovens.
Origem: Instituto Nacional de Estatística