Na ilha do Combu, situada à beira do rio Guamá, uma floresta densa oferece uma abundância de frutos amazônicos, como cupuaçu, taperebá, pupunha, araçá e cacau, fundamentais para a subsistência das comunidades locais. Com o avanço da mudança climática, no entanto, a preservação desta rica biodiversidade se torna uma prioridade. Os negociadores que participam da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP30, têm a responsabilidade de implementar medidas que garantam a proteção das florestas, essenciais para as gerações futuras.
A ilha, localizada a apenas 30 minutos de barco de Belém, sede da conferência este ano, é lar da Associação Filha do Combu, uma iniciativa criada por Izete Costa, popularmente conhecida como Dona Nena. O projeto é um exemplo de como comunidades locais podem contribuir com soluções práticas para o enfrentamento das mudanças climáticas, preservando ao mesmo tempo suas tradições e modos de vida. Recentemente, a presidente da Assembleia Geral da ONU, Annalena Baerbock, visitou Dona Nena, reforçando a importância do trabalho realizado na ilha e valorizando a conexão entre produção local e benefícios para as populações indígenas.
Dona Nena explicou que o projeto surgiu com a intenção de transformar conhecimentos tradicionais em fontes de renda, reivindicando a cultura da sua família e explorando os recursos da floresta. A produção de chocolate a partir do cacau amazônico se expandiu, e o negócio integra agora um componente turístico, permitindo que visitantes conheçam a fábrica localizada na floresta. Com uma equipe majoritariamente feminina, a produção se dá através de um sistema agroecológico que estimula a biodiversidade local.
Apesar dos avanços, a crise climática já apresenta efeitos na ilha, como a escassez de água e a degradação das plantas. Dona Nena afirmou que nos últimos dias observou frutas e árvores secando e deformando-se, um reflexo claro das alterações climáticas em curso. Durante a visita, Baerbock ouviu com atenção as preocupações da empreendedora e destacou que a destruição das florestas compromete a sobrevivência da humanidade.
Além de degustar delícias amazônicas, as duas mulheres caminharam pela floresta, relembrando discussões passadas sobre o empoderamento de mulheres extrativistas. Uma observação sobre uma árvore doente trouxe reflexões sobre o impacto da exploração desmedida e a importância do cuidado e respeito pela natureza.
O encontro sob a sombra de uma Sumaúma de 280 anos destacou a resiliência das florestas, que continuam a sustentar vidas e a oferecer lições valiosas. Com a COP30, há a esperança de que ações efetivas sejam tomadas para proteger esses ecossistemas vitais e assegurar um futuro sustentável.
Origem: Nações Unidas





