Com cerca de 60% da população africana com menos de 25 anos, o continente apresenta um enorme potencial que ainda enfrenta desafios significativos. Um estudo recente aponta que, até 2030, a África Subsariana pode gerar 230 milhões de empregos digitais, impulsionada pela crescente demanda por serviços online. No entanto, a realidade atual é que milhões de jovens permanecem desconectados do mundo digital devido à falta de infraestrutura e oportunidades adequadas.
Em 2024, a cobertura de internet em África alcançou 40%, um avanço considerável desde os 3,2% de 2005. Apesar desse progresso, mais de 900 milhões de pessoas ainda não têm acesso à internet, e 76% dos cidadãos que vivem em áreas com cobertura enfrenta a “disparidade de utilização”, ou seja, possuem acesso, mas carecem de habilidades ou recursos para aproveitar os serviços digitais.
A digitalização promete democratizar o acesso à educação e serviços essenciais, além de ajudar a reduzir desigualdades. Exemplos notáveis surgem na África Ocidental e Central, como no Benim, onde mais de 250 serviços públicos estão agora disponíveis online, evidenciando o impacto positivo da transformação digital em comunidades locais.
Durante a recente Cimeira Regional sobre Transformação Digital, questões como a discrepância no uso da tecnologia e as oportunidades oferecidas pela inteligência artificial foram amplamente debatidas. Os participantes destacaram a necessidade de um mercado digital unificado, e as expectativas para o setor de IA na África, projetado em cerca de US$ 2 bilhões até 2025, foram um dos principais tópicos.
A cimeira promovida em Cotonou ressaltou a importância de garantir um progresso digital inclusivo, visando criar um ecossistema onde os jovens africanos possam prosperar no mundo digital. Governos e organizações do setor privado estão se unindo em novos pactos digitais, focando na inclusão e no desenvolvimento de habilidades necessárias para navegar no futuro tecnológico do continente. A transformação digital é vista não apenas como uma oportunidade, mas como uma necessidade premente para garantir que a África avance de forma equitativa na era digital.
Origem: Nações Unidas




