SoftBank Intensifica Seus Investimentos em IA com Empréstimo Colateralizado por Ações da Arm
A gigante japonesa SoftBank, conhecida por sua estratégia ousada de investimentos tecnológicos, revelou recentemente um movimento audacioso que combina a busca pela liderança em inteligência artificial com um nível elevado de risco financeiro. O destaque da manobra não é apenas a quantia envolvida, mas o método de financiamento adotado: a empresa utilizou suas ações da Arm, uma das líderes em arquitetura de chips, como garantia para um empréstimo.
Em uma apresentação aos investidores em 11 de novembro de 2025, SoftBank anunciou a expansão de uma linha de crédito colateralizada, totalizando até US$ 20 bilhões. Desses, US$ 8,5 bilhões já estão disponíveis, com mais US$ 11,5 bilhões reservados, em uma operação que contou com a participação de 33 instituições financeiras. Essa abordagem sublinha uma nova dinâmica de risco, onde a própria volatilidade das ações da Arm poderia impactar diretamente a saúde financeira da SoftBank.
Os empréstimos colateralizados, ou “margin loans”, funcionam basicamente como um empréstimo em que o tomador oferece um ativo como garantia. No caso da SoftBank, a Arm não é apenas considerada uma joia estratégica, mas também um ativo financeiro vital. Qualquer queda significativa no valor das ações da Arm poderia resultar em exigências adicionais de garantias por parte dos credores, aumentando assim a pressão sobre a empresa.
SoftBank revelou também que parte do capital gerado por esse empréstimo será utilizado para o seu investimento em OpenAI, com um compromisso de até US$ 30 bilhões. Este investimento será crucial para a expansão das capacidades de computação necessárias para o crescimento dos modelos de inteligência artificial, alinhando-se a uma mudança no setor, onde a infraestrutura, como chips e data centers, se tornará tão importante quanto o software em si.
A empresa anunciou a aquisição da Ampere Computing, outro movimento estratégico que reforça a conexão entre hardware e software em sua agenda tecnológica. Esse conjunto de ações sinaliza um deslocamento na forma como a inteligência artificial é encarada, passando de uma mera tecnologia de software para uma abordagem mais industrial, onde os recursos físicos e logísticos desempenham um papel vital no desenvolvimento e implantação de novos modelos.
Contudo, a dependência excessiva das ações da Arm e a transformação dessas ações em colateral traz riscos significativos. A SoftBank se comprometeu a manter uma disciplina financeira, mas a volatilidade das ações pode criar pressões inesperadas. Para investidores e analistas do setor, três áreas devem ser monitoradas nas próximas semanas: a flutuação dos preços das ações da Arm, a execução do planejado fechamento da investimento em OpenAI e a diversificação das fontes de financiamento para garantir um risco controlado.
Com essa manobra, SoftBank não apenas sinaliza suas aspirações na corrida pela inteligência artificial, mas também reforça a interdependência entre a arquitetura de chips e a inovação tecnológica, marcando um novo capítulo na narrativa do setor.






