Nesta segunda e terça-feira, as Nações Unidas realizam a Conferência Internacional de Alto Nível sobre a Solução Pacífica da Questão da Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, em Nova Iorque. Ao abrir o evento, o secretário-geral António Guterres enfatizou a singularidade da oportunidade, chamando-a de rara e indispensável para o avanço na busca pela paz na região.
O Brasil, representado pelo chanceler Mauro Vieira, é o único país de língua portuguesa presente na reunião da Assembleia Geral, destacando-se em um contexto global de diálogo sobre a estabilidade no Oriente Médio. Guterres mencionou que este encontro poderia ser um catalisador para um progresso irreversível, com vistas a acabar com a ocupação e alcançar a aspiração compartilhada de um Estado palestino viável ao lado de Israel.
Ele reiterou que a solução de dois Estados é a única abordagem fundamentada no direito internacional, respaldada pela Assembleia Geral e pela comunidade internacional. O plano discutido, que prevê Israel e Palestina coexistindo em paz e segurança, estabelece fronteiras baseadas nas linhas de 1967, com Jerusalém reconhecida como a capital de ambos os Estados.
Guterres ressaltou a importância de uma visão que contempla dois Estados independentes, democráticos e soberanos, totalmente integrados no cenário internacional, considerandoa como a única alternativa viável para alcançar uma paz justa e duradoura entre israelenses e palestinos. Para ele, essa é uma condição essencial não apenas para a paz na região, mas para a estabilidade em todo o Oriente Médio.
Durante a conferência, organizada pela França e pela Arábia Saudita, o secretário-geral recordou que a continuação do conflito tem causado perdas inestimáveis, devastando vidas e futuros, além de desestabilizar a região e o mundo. No entanto, ele expressou a convicção de que o conflito pode ser resolvido, desde que haja determinação política e liderança corajosa para enfrentar a realidade atual, sublinhando que a solução de dois Estados está “mais distante do que nunca”. A conferência, previamente adiada em junho, representa uma nova tentativa de reiniciar o diálogo em busca de um caminho para a paz.
Origem: Nações Unidas