O novo relatório Estado da População Mundial 2025, divulgado nesta sexta-feira, destaca mudanças significativas nas taxas de fertilidade globais. A pesquisa, intitulado “Verdadeira Crise de Fertilidade”, coincide com o Dia Mundial da População e revela que um número alarmante de adultos em 14 países, que corresponde a cerca de 37% da população global, não está conseguindo realizar suas intenções de reprodução.
Mónica Ferro, representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Reino Unido, enfatizou a urgência de criar opções que promovam a prosperidade populacional, em vez de impor barreiras, citando a importância de políticas como licença parental e igualdade de direitos. Ferro observou que as soluções atuais têm se mostrado ineficazes e, frequentemente, violam direitos humanos.
A diretora executiva do UNFPA, Natalia Kanem, descreveu a situação como uma “crise bastante real”, afirmando que a ação deve ser imediata e diferenciada da abordagem tradicional. Kanem ressaltou que o progresso no desenvolvimento deve priorizar o bem-estar de mulheres e meninas, que são as mais afetadas por essa crise.
O relatório também revela que muitos adultos em idade reprodutiva, cerca de 20%, acreditam não conseguir ter o número de filhos desejados devido a condições sociais e econômicas limitantes. Além disso, quase um terço das meninas já enfrentou uma gravidez não planejada, e muitos expressam uma sensação de incapacidade em realizar seus desejos reprodutivos.
Como consequência dessas tendências demográficas, o UNFPA aponta que, pela primeira vez, algumas sociedades estão vendo um aumento na população idosa e uma diminuição de jovens, o que pode impactar a força de trabalho no futuro. O relatório prevê que a população mundial deverá atingir um pico em cerca de um século antes de começar a diminuir, em um contexto de “mudanças populacionais tectônicas”, que estão moldando a trajetória das novas gerações.
Na celebração do Dia Mundial da População, o secretário-geral da ONU, António Guterres, reforçou a importância de empoderar os jovens, garantindo que possam formar as famílias que desejam em um mundo justo e sustentável, lembrando que cada indivíduo tem o direito de fazer escolhas informadas sobre sua vida e futuro.
Origem: Nações Unidas