O geólogo e docente da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Alexandre Lima, é um dos protagonistas do documentário internacional “Europe’s Lithium Paradox”, onde discute a relevância do lítio na transição energética. O filme, que recebeu apoio da Associação Portuguesa dos Geólogos, da Sociedade Portuguesa de Geotecnia e da Ordem dos Economistas, foi apresentado em uma antestreia realizada em Portugal no início do mês.
Lima, que tem mais de 25 anos de experiência na área, foi convidado diretamente pelo realizador Peter Tom Jones, professor da Universidade de Leuven, na Bélgica. Durante o evento, o especialista participou de uma mesa-redonda sobre Recursos Minerais e Desenvolvimento Territorial, promovendo uma reflexão sobre a necessidade de os países europeus, incluindo Portugal, se tornarem menos dependentes de fontes externas para a extração de lítio.
O geólogo destacou que, apesar de Portugal possuir depósitos naturais suficientes para suprir suas necessidades, o país ainda depende totalmente do lítio proveniente do exterior. Ele explicou que a falta de desenvolvimento das minas e os atrasos nas aprovações para as metalurgias contribuem para essa situação. Lima enfatizou a importância de tratar do lítio de forma integrada, desde a prospeção até a reciclagem de baterias, para fomentar uma sociedade menos dependente de energias fósseis.
Em entrevista à RTP, o docente ressaltou que mais de 50% do lítio necessário para a fabricação de uma bateria de telemóvel pode ser obtido do mineral espodumena, que é encontrado em várias localidades de Portugal, como Boticas, Ribeira de Pena e Vila Pouca de Aguiar. O documentário, financiado por projetos do programa Horizonte Europa e por plataformas de crowdfunding, também aborda as tensões sociais relacionadas aos projetos de mineração e os desafios que a Europa enfrenta com o crescente controle de potências como a China e a Rússia sobre os recursos minerais.
Origem: Universidade do Porto