As Nações Unidas celebram, nesta terça-feira, o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, em um cenário alarmante onde as violações de direitos humanos se perpetuam, com o ambiente digital se configurando como um terreno fértil para essa violência. Neste contexto, a propagação de perseguições online, discurso de ódio e o compartilhamento não consensual de imagens íntimas evidencia como a tecnologia não só amplia comportamentos abusivos, mas também gera ataques cada vez mais sofisticados.
A campanha deste ano, intitulada “Una-se pelo Fim da Violência Digital contra Mulheres e Meninas”, busca mobilizar diversos setores da sociedade, incluindo governos, empresas de tecnologia, organizações feministas e a população em geral. O secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatiza a importância de proteger mulheres e meninas no ambiente virtual como um passo essencial para garantir sua segurança fora da tela. Ele define a violência digital como um “flagelo global”, que tem se intensificado com a rapidez da tecnologia, incluindo assédio online, deepfakes e conteúdos misóginos que rapidamente se infiltram no debate público.
Na sua mensagem, Guterres adverte que a violência digital é muitas vezes um prelúdio para violências físicas, como perseguições, chantagens e até femicídios. Ele clama para que os Estados implementem legislações que criminalizem a violência digital, que as empresas tecnológicas sejam responsabilizadas por garantir plataformas seguras e que as comunidades mantenham uma postura de intolerância zero em relação ao ódio online. Comemorando o 30º aniversário da Declaração de Pequim, o secretário-geral reafirma que a segurança digital é crucial para a promoção da igualdade de gênero.
Os dados são preocupantes: saltando de uma regulamentação insuficiente e da falta de reconhecimento legal em várias nações, a violência digital impacta milhões. As sobreviventes enfrentam consequências duradouras que afetem desde a saúde mental até a redução na participação cívica e profissional. Ativistas e mulheres em posições públicas estão especialmente vulneráveis a campanhas de difamação e ameaças, enquanto estudos revelam que 38% das mulheres já sofreram violência online.
Com a campanha “Unite”, que se estende de 25 de novembro a 10 de dezembro, um apelo é feito para que todos os setores da sociedade formalizem compromissos concretos para combater essa forma de violência. As prioridades incluem a aprovação de legislações eficazes, a criação de plataformas seguras e a promoção da educação digital, enfatizando a necessidade urgente de transformar a indignação coletiva em ações deliberadas e sustentadas. A mensagem é clara: o mundo digital deve ser um espaço seguro e inclusivo, livre de violência para todas as mulheres e meninas.
Origem: Nações Unidas






