O Conselho de Direitos Humanos da ONU recebeu nesta quarta-feira um relatório alarmante sobre a situação dos direitos humanos no Irã, apresentado pela vice-alta-comissária de Direitos Humanos, Nada Al-Nashif. O documento revela que, em 2024, o país executou pelo menos 975 pessoas, número que atinge o maior patamar desde 2015. Entre as execuções, destaca-se a morte de pelo menos 31 mulheres, além de grupos étnicos como os Balochistão e os curdos, que também foram severamente afetados.
Os dados preocupam especialmente por estarem associados a dissidentes políticos envolvidos nos protestos de 2022 que clamavam por “Mulheres, Vida e Liberdade”. O relatório também revela práticas de tortura e amputações corporais utilizadas como punição dentro das prisões, aumentando a preocupação com as condições dos detidos. A ONU, por sua vez, pediu uma moratória das penas de morte no Irã, enfatizando a necessidade de abolição da prática.
Além disso, o relatório menciona a perseguição a jornalistas, destacando que pelo menos 125 deles enfrentaram processos judiciais a partir de suas atuações, com mulheres jornalistas sendo alvo de intimidações e processos por seus direitos sociais e políticos. A situação das mulheres no país é igualmente alarmante, com um aumento significativo nos casos de feminicídio, que quadruplicaram recentemente.
O governo iraniano enfrenta forte crítica internacional, não apenas por sua falta de transparência em divulgar dados sobre execuções, mas também por negar acesso a investigações independentes sobre violações de direitos humanos. Apesar de nomear a primeira mulher a porta-voz do governo, as decretos e políticas que continuam a ameaçar os direitos das mulheres e meninas no país permanecem em vigor.
Origem: Nações Unidas