O alto comissário dos direitos humanos das Nações Unidas, Volker Turk, expressou preocupações alarmantes sobre a possibilidade de uma nova onda de atrocidades no Sudão, devido à intensificação dos combates na região de Kordofan. A situação se agravou entre as Forças Armadas Sudanesas (SAF), as Forças de Apoio Rápido (RSF) e o Movimento Popular de Libertação do Sudão–Norte (SPLM-N). Desde que a RSF tomou a cidade de Bara em 25 de outubro, pelo menos 269 civis foram mortos, conforme documentado pelo Escritório de Direitos Humanos da ONU. Esses óbitos são atribuídos a ataques aéreos, bombardeios de artilharia e execuções sumárias.
Com as telecomunicações e a internet severamente prejudicadas, o acesso a informações precisas permanece complicado, sugerindo que o número de vítimas pode ser ainda maior. Além das mortes, surgem relatos de detenções arbitrárias, raptos, violência sexual e recrutamento forçado de crianças. Recentemente, em 3 de novembro, um drone da RSF atingiu um velório em El Obeid, resultando na morte de 45 pessoas, a maioria mulheres.
A situação humanitária no Sudão é descrita como crítica, com fome confirmada em Kadugli e um risco iminente em Dilling. Cidades como Kadugli e Dilling estão sob cerco, e El Obeid se encontra parcialmente cercada, dificultando o acesso a alimentos e serviços essenciais. Desde novembro, mais de 45 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas em busca de segurança.
O alto comissário fez um apelo aos Estados com influência sobre as partes envolvidas no conflito, urgentemente solicitando a interrupção dos combates e do fluxo de armas que alimenta a violência. Segundo Turk, garantir passagem segura para aqueles que fogem da violência é uma prioridade essencial e um imperativo dos direitos humanos. Em meio a um cenário de deslocamentos em massa e restrições significativas à ajuda humanitária, as agências de auxílio destacam a necessidade urgente de acesso seguro e recursos adicionais para ampliar suas operações na região.
Origem: Nações Unidas





