A inteligência artificial (IA) está se tornando uma aliada importante no setor da saúde na Região Europeia da Organização Mundial da Saúde (OMS). Um novo relatório da OMS destaca o potencial da IA para transformar a detecção de doenças, facilitar o atendimento aos pacientes e reduzir as tarefas administrativas, mas também aponta a falta de regulamentação adequada como um desafio significativo.
Atualmente, a adoção da IA na saúde é desigual entre os países europeus. Apenas 8% deles possuem uma estratégia nacional específica para a implementação dessa tecnologia no setor, enquanto 14% estão em processo de desenvolvimento de suas estratégias. Apesar dos avanços, a diretora de sistemas de saúde da OMS/Europa, Dra. Natasha Azzopardi-Muscat, alertou que, sem regulamentação, a inteligência artificial pode colocar em risco a segurança dos pacientes e acentuar desigualdades no acesso aos cuidados de saúde.
A incerteza jurídica é vista como um dos principais obstáculos para a adoção da IA, com 86% dos países destacando esse fator como um impedimento, seguido por limitações financeiras. Somente uma fração dos países tem normas claras sobre a responsabilidade em casos de erro por parte de sistemas de IA, o que gera relutância entre médicos e pacientes em confiar totalmente nessa tecnologia.
Apesar das dificuldades, pesquisas mostram que muitos países já utilizam a IA para assistências diagnósticas e chatbots que oferecem suporte a pacientes. Contudo, apenas 25% deles conseguiram alocar os recursos necessários para implementar essas tecnologias de forma efetiva. Os principais objetivos para a adoção da IA incluem a melhoria do atendimento ao paciente e a redução da carga sobre os profissionais de saúde.
Por outro lado, as preocupações da população com questões de segurança e privacidade persistem. O relatório recomenda que os países desenvolvam estratégias de IA que respeitem os objetivos de saúde pública, promovam a capacitação dos profissionais e garantam a transparência nas decisões relacionadas ao uso de dados.
Dr. Hans Henri P. Kluge, diretor regional da OMS para a Europa, ressaltou que a inteligência artificial tem o potencial de revolucionar os cuidados de saúde, mas sua plena realização dependerá de manter a ênfase nas necessidades das pessoas e na proteção dos direitos dos pacientes.
Origem: Nações Unidas





