O Relatório Global de Monitorização da Cobertura Universal de Saúde 2025 apresentou resultados positivos, evidenciando um aumento significativo no Índice de Cobertura de Serviços, que subiu de 54 para 71 pontos entre 2000 e 2023. No entanto, apesar desse progresso, a desigualdade no acesso aos serviços de saúde permanece um desafio crítico. A redução da porcentagem de pessoas que enfrentam dificuldades financeiras devido a despesas diretas na saúde, de 34% para 26%, não foi suficiente para mitigar os impactos sobre as populações mais vulneráveis.
O documento ressalta que as camadas mais pobres da sociedade continuam a suportar a maior parte dos custos médicos, levando mais de 1,6 bilhão de pessoas a uma situação de pobreza extrema causada pelas despesas com saúde. Atualmente, cerca de 4,6 bilhões de indivíduos carecem de acesso a serviços essenciais, e 2,1 bilhões enfrentam barreiras financeiras para obter os cuidados necessários. As despesas com medicamentos são destacadas como um dos principais fatores de dificuldade, representando, em três quartos dos países analisados, pelo menos 55% dos custos diretos, com uma média de 60% entre as pessoas em situação de pobreza.
A situação apresenta uma desaceleração preocupante nos avanços em saúde desde 2015, com apenas um terço dos países mostrando melhorias em ambos os aspectos: cobertura de serviços e redução das dificuldades financeiras. Embora todas as regiões da OMS tenham avançado, apenas África, Sudeste Asiático e Pacífico Ocidental conseguiram também aliviar o impacto financeiro enfrentado por suas populações.
As perspectivas para 2030 indicam que, sem uma aceleração significativa no ritmo de progresso, o índice global de cobertura de serviços poderá alcançar apenas 74 em 100 pontos, mantendo quase um em cada quatro indivíduos em dificuldades financeiras até o fim do período dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O relatório enfatiza a necessidade urgente de fortalecer os sistemas de saúde e a proteção social para conseguir a cobertura universal, sublinhando que os avanços nas doenças infecciosas têm sido os principais motores do progresso, enquanto melhorias em saúde materna, neonatal e infantil foram mais restritas.
Origem: Nações Unidas






