Neste 24 de março, o mundo se une para marcar o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, uma doença que, apesar de tratável, ainda representa uma grave ameaça à saúde pública. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o financiamento insuficiente para prevenir e tratar a tuberculose está colocando milhões de vidas em risco, especialmente em países de renda baixa e média. Neste ano, a OMS enfatiza a urgência da ação coletiva com o tema: “Sim! Podemos acabar com a tuberculose com compromisso, investimento e ação”.
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, destaca a necessidade de medidas eficazes e prestação de contas para enfrentar essa emergência. Ele enfatiza que os cortes de financiamento já prejudicaram o acesso a serviços essenciais de saúde, comprometendo o progresso alcançado nas últimas duas décadas. Apesar de promessas feitas por líderes mundiais na Assembleia Geral da ONU para acelerar programas de ação, a implementação dessas iniciativas ainda é insatisfatória.
Em 2023, mais de 1,2 milhão de pessoas perderam suas vidas devido à tuberculose, incluindo 161 mil pacientes que vivem com HIV, uma população particularmente vulnerável à infecção. A OMS alerta que este patógeno continua a ser a principal causa de morte por um único agente infeccioso, reforçando a necessidade urgente de investimento. No ano passado, apenas 26% do apelo de US$ 22 bilhões para o controle da tuberculose foi atendido.
Embora a tuberculose tenha afetado 10,8 milhões de pessoas em 2023, com 1,3 milhão de crianças entre elas, a concentração dos casos em apenas oito países — Bangladesh, China, Índia, Indonésia, Nigéria, Paquistão, Filipinas e África do Sul — evidencia a disparidade no acesso a tratamento. A OMS informa que, desde 2000, ações globais conseguiram salvar 79 milhões de vidas, mas alertam que é necessário multiplicar esses esforços para atingir metas mais ambiciosas.
A pesquisa na área de tuberculose enfrenta sua própria crise de financiamento, com apenas 20% dos necessários US$ 5 bilhões sendo disponibilizados. Essa falta de recursos está atrasando inovações em diagnósticos e vacinas, essenciais para o controle da doença.
Para enfrentar a crise atual, a OMS criou uma Força-Tarefa composta por representantes do governo e da sociedade civil, enfatizando a necessidade de ações coordenadas e urgentes. Entre as recomendações está a de que cada dólar investido em prevenção e tratamento gera um retorno econômico significativo.
A OMS também reafirma seu compromisso em lidar com os determinantes sociais da tuberculose e promover uma resposta de saúde pública integrada, visando não apenas a tuberculose, mas também outras condições de saúde que contribuem para o agravo da doença. Com a data de 24 de março marcando a descoberta do bacilo causador da tuberculose em 1882 pelo médico Robert Koch, o dia serve como um lembrete da necessidade de ação contínua e do foco na detecção precoce e tratamento da doença.
Origem: Nações Unidas