Um novo estudo do Banco Mundial propõe uma abordagem inovadora para sincronizar o equilíbrio fiscal e a sustentabilidade ambiental no Brasil. Segundo a pesquisa, intitulada “Dois por Um: Políticas para Atingir Sustentabilidade Fiscal e Ambiental”, adotando políticas específicas, o país pode alcançar uma melhora fiscal que supere 5% do Produto Interno Bruto (PIB), ao mesmo tempo em que se enfrenta os crescentes desafios ambientais e se gera novos empregos.
Durante uma conversa em vídeo, o economista sênior Cornelius Fleischhaker destacou a necessidade de um ajuste fiscal significativo, estimado em cerca de 3% do PIB, para que o Brasil consiga controlar sua relação entre dívida e PIB. Ele alertou sobre o impacto da vinculação do salário mínimo aos benefícios de aposentadoria, que, segundo ele, gera uma pressão insustentável nas despesas públicas. Fleischhaker enfatizou que as políticas fiscais verdes podem ser uma solução viável para ajudar nesse ajuste.
A economista Monica de Bolle também contribuiu para a discussão, ressaltando a urgência de revisar essa vinculação do salário mínimo. Ela defende que tal revisão poderia proporcionar o espaço fiscal necessário para o Brasil enfrentar desafios climáticos prementes e promover uma transição eficaz para uma economia de baixo carbono.
Ambos os especialistas concordam que, com o aumento constante dos gastos públicos, fica cada vez mais difícil implementar políticas públicas eficazes. A combinação de pressão fiscal e as exigências de uma resposta robusta às questões ambientais representam um desafio significativo, exigindo uma abordagem integrada e visionária.
Logo, partes subsequentes da conversa prometem abordar temas como a reforma do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) e os caminhos para uma economia mais sustentável. A expectativa é que esse estudo contribua para um debate mais amplo sobre a necessidade de mudanças estruturais na política fiscal brasileira para alavancar o desenvolvimento sustentável.
Origem: Nações Unidas