Em 2017, o secretário-geral da ONU, António Guterres, lançou medidas inovadoras para fortalecer a proteção contra a exploração e abuso sexuais dentro da organização, estabelecendo uma política de tolerância zero. Uma das iniciativas mais significativas foi a criação da Defensoria dos Direitos das Vítimas, cargo atualmente liderado pela procuradora Najla Nassif Palma, uma profissional destacada e a mais alta representação feminina brasileira no Secretariado da ONU.
Em uma recente entrevista, Najla ressaltou a importância dessa função, que visa dar voz às vítimas e garantir-lhes assistência e justiça. Ela enfatizou que, em muitas situações, as vítimas de abusos não são apenas civis, mas também indivíduos envolvidos em missões de paz, exigindo colaboração estreita entre a ONU e os Estados-membros para assegurar que justiça seja feita.
Desde sua nomeação, em março do ano passado, Najla visitou países como República Centro-Africana e Sudão do Sul, onde se encontrou com vítimas para amplificar suas vozes e defender seus direitos. Um dos principais desafios, segundo ela, é construir um ambiente de confiança que encoraje as vítimas a denunciarem abusos, o que é crucial para que possam receber auxílio adequado.
A Defensoria enfrenta ainda a necessidade urgente de financiamento para implementar serviços essenciais, como apoio médico, emocional e jurídico. Essa assistência é vital, especialmente em casos que podem ter consequências graves, como gravidezes resultantes de abusos, onde também é necessário o suporte no reconhecimento da paternidade.
Najla, com uma longa carreira como procuradora da Justiça Militar no Brasil, tem buscado incorporar valores de justiça e equidade de gênero no sistema jurídico. Ela também tem atuado no contexto internacional, incluindo contribuições significativas para a legislação em Angola, refletindo seu compromisso com os direitos humanos.
Com sua nova função na ONU, Najla busca garantir que os direitos das vítimas sejam sempre priorizados, enfatizando a necessidade de integrar as normas internacionais no âmbito interno de cada país. A jornada dela, marcada pela luta pela justiça e igualdade, continua a inspirar mudanças necessárias em todo o mundo.
Origem: Nações Unidas