A violência contra mulheres e meninas continua a ser uma questão alarmante em todo o mundo, de acordo com dados recentes da ONU Mulheres. Apesar das iniciativas globais e esforços por parte dos Estados-membros das Nações Unidas, os índices de violência não apresentaram diminuições significativas desde a adoção da Plataforma de Ação de Pequim. Crises globais, conflitos e o avanço das novas tecnologias têm exacerbado os fatores de risco, dando origem a formas inéditas de violência.
Em resposta a essa situação, foi lançada a iniciativa “ACT”, uma colaboração entre a Comissão Europeia e a ONU Mulheres, co-líderes da Coligação de Ação sobre Violência Baseada no Gênero. Esta iniciativa visa acabar com a violência contra as mulheres e se concentrará em investimentos diretos nos movimentos feministas e no fortalecimento de alianças interseccionais, almejando uma agenda comum de advocacia. A implementação inicial ocorrerá em África e na América Latina, com o objetivo de articular a luta contra a violência em fóruns internacionais e promover a cooperação entre diferentes regiões.
Dados globais alarmantes indicam que, segundo a ONU Mulheres, uma em cada três mulheres já foi vítima de violência física ou sexual ao longo de sua vida. Mais preocupante ainda, 86% das mulheres e meninas estão em países que carecem de proteção legal eficaz contra violência e discriminação. A cifra da ajuda ao desenvolvimento destinada à prevenção da violência baseada no gênero é desproporcionalmente baixa, com apenas 0,2% dos recursos sendo alocados a este fim.
No contexto do lançamento da iniciativa, um Comitê Global da Sociedade Civil, composto por 16 especialistas em direitos das mulheres, estabeleceu diretrizes para alinhar a estratégia do programa às necessidades e prioridades dos movimentos feministas. Em uma declaração conjunta divulgada antes da 80.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, o comitê destacou a urgência de implementar planos nacionais sólidos, garantir financiamento internacional adequado, investir em organizações voltadas para mulheres e desenvolver legislações abrangentes baseadas em evidências.
A crescente preocupação com a violência online contra mulheres, evidenciada por um aumento das agressões digitais, reforça a necessidade de ações rápidas e efetivas para proteger este segmento da população, evidenciando que a luta contra a violência de gênero deve ser uma prioridade global contínua.
Origem: Nações Unidas




