Intel trazará novo caminho em tecnologia até 2026
Durante a Barclays Global Tech Conference, a Intel apresentou sua visão mais clara para 2026, confirmando que o nó 18A-P, sua versão de alto desempenho do processo de fabricação, já possui um PDK (Process Development Kit) maduro. A empresa revelou que mais de 70% do volume dessa geração será produzido internamente, em um movimento que reforça sua recuperação na fabricação.
Esse anúncio traz uma mensagem dupla: por um lado, reforça o comprometimento da Intel com sua fábrica, a Intel Foundry; por outro, admite que a demanda por nós mais avançados supera a capacidade de produção atual, exigindo uma escolha cuidadosa de prioridades. Essas prioridades visam principalmente CPUs, servidores e infraestrutura de inteligência artificial (IA), ao invés de competir em todos os segmentos do mercado.
Na conferência, a Intel também elaborou a integração de suas novas arquiteturas, como Panther Lake e Nova Lake, além de um acordo multigeracional com a NVIDIA e o potencial investimento na SambaNova Systems, refletindo sua estratégia de recuperar participação no mercado de CPUs e se firmar na IA empresarial, sem entrar em uma disputa direta no setor de GPUs de hiperescala.
Panther Lake será a primeira plataforma cliente baseada no nó 18A e será fabricada em sua nova planta em Arizona. A empresa determinou que irá produzir 70% dos “tiles” associados a essa plataforma internamente, enquanto uma parte poderá ser delegada a parceiros como a TSMC.
Embora a Intel esteja decidida a voltar a confiar em suas capacidades de fabricação, ela também reconheceu que a oferta de wafers avançados é limitada. Isso significa que a produção de PCs e laptops pode ser limitada em favor de servidores e plataformas de IA, principalmente nos primeiros anos do novo nó.
A estratégia de depender menos da TSMC para a produção do CPU tile da nova arquitetura Nova Lake indica uma tentativa da Intel de trazer mais volume para sua própria fabricação. No entanto, essa decisão é arriscada: se o 18A-P não atender às expectativas, a Intel poderá enfrentar desafios significativos em sua transição.
O foco na produção não é somente uma questão técnica. A Intel admitiu a necessidade de clientes externos significativos para justificar os investimentos em tecnologia de fabricação, especialmente em relação ao nó 14A, que está programado para a segunda metade da década. A busca por parcerias sólidas, como a com a NVIDIA, que poderia fornecer um fluxo estável de projetos, é essencial para o sucesso da Intel Foundry.
Além disso, a Intel está em conversações para adquirir a SambaNova Systems, uma jogada que visa oferecer soluções de IA privadas, em vez de entrar diretamente na concorrência de GPUs massivas como a NVIDIA. Essa mudança de foco pode ajudar a Intel a se estabelecer como um player importante na infraestrutura de IA empresarial, ao invés de se ver em uma batalha direta de escalas.
Por fim, a Intel está ajustando sua estratégia para recuperar participação no mercado de CPUs, enfatizando a importância de suas novas arquiteturas enquanto busca maiores margens de lucro, especialmente contra concorrentes como AMD e Apple. A expectativa é que, até 2026, a Intel concilie suas capacidades de fabricação com uma abordagem mais focada, evitando guerras desnecessárias em setores altamente competitivos. A questão que persiste é se essas estratégias se provarão eficazes em um mercado que continua a avançar rapidamente.






