Uma equipe de cientistas do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), liderada por Jorge Lima, apresentou uma inovação significativa no tratamento de tumores cerebrais pediátricos. Eles conseguiram criar organoides a partir de material cirúrgico oriundo de tumores cerebrais, os quais mimetizam as características dos tumores originais, facilitando assim a identificação dos tratamentos mais adequados para cada caso.
A pesquisa, publicada na revista Precision Oncology, destaca a urgência de novos modelos pré-clínicos que reflitam a complexidade e a diversidade dos tumores cerebrais em crianças, os quais são a principal causa de morte por câncer na população pediátrica. Até o momento, a equipe estabeleceu 20 culturas distintas, abrangendo uma variedade de tipos de tumores, como gliomas de diferentes graus, meduloblastomas e até casos raros com alterações genéticas específicas.
Bárbara Ferreira, primeira autora do estudo, enfatiza a importância desses organoides, afirmando que “eles reproduzem fielmente as características morfológicas, genéticas e epigenéticas dos tumores primários”, tornando-se uma ferramenta valiosa tanto para a testagem de medicamentos quanto para o avanço da medicina de precisão.
O projeto, que conta com o apoio da Fundação Rui Osório de Castro, promove uma interação constante entre pesquisadores e clínicos. Jorge Lima destaca que essa colaboração, envolvendo oncologistas pediátricos, neurocirurgiões e patologistas do Hospital de S. João, tem sido fundamental para o sucesso da coleta de amostras e criação de organoides.
Além de permitir uma investigação mais aprofundada, a equipe planeja desenvolver um biobanco de organoides, o que asseguraria um fornecimento contínuo de material para novas pesquisas e o desenvolvimento de terapias personalizadas. Lima conclui que esses avanços têm o potencial de melhorar consideravelmente os resultados clínicos para crianças diagnosticadas com tumores cerebrais.
Origem: Universidade do Porto






