Um estudo inovador liderado por pesquisadores do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR-UP) e do Centro de Ciências Marinhas e Ambientais (MARE) identificou as florestas de algas marinhas na costa norte de Portugal como importantes aliadas na captura e armazenamento de carbono. Publicado na revista Scientific Reports, a pesquisa ressalta o papel crucial dessas florestas, compostas por espécies como Laminaria hyperborea e Saccorhiza polyschides, na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
A investigação, conduzida por Francisco Arenas e João Franco, buscou quantificar pela primeira vez o estoque de carbono armazenado nessas florestas. Os resultados mostraram que estas florestas conseguem armazenar aproximadamente 16,48 gigagramas de carbono em uma área de 5100 hectares, o que equivale a mais de 5.000 campos de futebol.
Além de seu impacto na captura de carbono, as florestas de kelp são fundamentais para a biodiversidade marinha, proporcionando abrigo e alimento para várias espécies. Contudo, a pesquisa alerta para a vulnerabilidade desses habitats diante das mudanças climáticas, especialmente com o processo de tropicalização observada nas águas portuguesas.
Os cientistas enfatizam a necessidade urgente de políticas de monitoramento e conservação, propondo que a inclusão dessas florestas nas estratégias de conservação marinha e de carbono azul deve ser uma prioridade. Diante da crise climática atual, as ações para restaurar e proteger esses ecossistemas são consideradas essenciais para a saúde dos oceanos e para a sustentabilidade do meio ambiente.
Origem: Universidade do Porto