Um estudo recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) revela dados alarmantes sobre a experiência de mulheres durante a gravidez e o parto em quatro países. Segundo a pesquisa, pelo menos 40% das mulheres entrevistadas relataram ter sido vítimas de maus-tratos e abusos médicos nesses momentos críticos. O relatório também apontou um aumento nas denúncias de agressões, negligência médica e a realização de procedimentos sem consentimento.
Particularmente preocupante é o fato de que, em casos de exames vaginais, seis em cada dez mulheres não foram informadas ou não deram autorização para tais procedimentos. A OMS enfatiza a necessidade de um cuidado respeitoso como prioridade nas estratégias de saúde materna e neonatal. Para isso, um novo guia foi lançado em Genebra, com o objetivo de acabar com os maus-tratos e promover um cuidado digno para mães e recém-nascidos.
A pesquisa de 2019, que ouviu 2.016 mulheres durante o parto em Gana, Guiné, Mianmar e Nigéria, revelou que 40% relataram algum tipo de abuso ou discriminação. Algumas mulheres mencionaram ter sido esbofeteadas ou tratadas de forma violenta pelos profissionais de saúde. Além disso, mais de 40% relatou abuso físico ou verbal na sala de parto, refletindo uma grave falta de respeito e consideração.
A Dra. Hedieh Mehrtash, da OMS, destacou que as mulheres frequentemente não são incluídas nas decisões sobre seus cuidados, sendo sujeitas a desprezo e desrespeito. Desde 2014, a OMS tem promovido a prevenção do desrespeito e abuso, fornecendo ferramentas cruciais para que os responsáveis pela saúde entendam e enfrentem esses problemas de forma eficaz.
Origem: Nações Unidas