A batalha pela fabricação avançada de chips ganha nova força com a entrada da startup xLight, apoiada pelo ex-CEO da Intel, Pat Gelsinger. Recentemente, a empresa firmou uma Carta de Intenção (LOI) com o Departamento de Comércio dos Estados Unidos, buscando acesso a até 150 milhões de dólares em incentivos federais pela Lei CHIPS e Ciência. O objetivo da xLight é desenvolver uma nova fonte de luz para litografia extrema ultravioleta (EUV), utilizando um laser de elétrons livres (FEL) como alternativa às fontes de plasma atualmente dominadas pela ASML, líder europeia no setor.
O acordo, embora não vinculativo, representa um passo significativo para a estratégia americana de recuperar a liderança em uma tecnologia crucial. O Departamento de Comércio não apenas financia a construção e o protótipo da nova fonte EUV no Complexo Albany Nanotech, em Nova York, mas também participará acionariamente da startup, refletindo um movimento decidido para controlar partes vitais da cadeia de suprimentos de litografia avançada, que atualmente dependem fortemente de fornecedores estrangeiros.
A proposta da xLight se baseia em uma abordagem inovadora: ao invés de gerar luz por meio da vaporização de estanho em um sistema de plasma complexo, como feito pela ASML, a startup planeja um sistema que acelera elétrons a altas velocidades, utilizando onduladores que fazem com que esses elétrons oscilem e emitam luz coherente. Este design promete vantagens significativas, incluindo maior brilho, eficiência energética e pulsos ultracurtos, podendo aumentar a produção de wafers de chips mais rapidamente.
No entanto, a tecnologia da xLight está na fase inicial, e a empresa enfrenta o desafio de demonstrar a viabilidade do seu sistema em condições de produção exigentes e de integrá-lo com escâneres EUV existentes, o que não será uma tarefa simples. A colaboração com laboratórios nacionais e a possível classificação de algumas partes da tecnologia introduzem também um aspecto geopolítico delicado, limitando a adoção global da solução.
Este movimento ocorre em um momento crucial, em que Washington busca não apenas atrair fábricas de chips, mas também recuperar peças essenciais da cadeia de valor. Se a xLight tiver sucesso, poderá não apenas desafiar a hegemonia da ASML, mas também redefinir o futuro da litografia de chips nos Estados Unidos, através do fortalecimento da capacidade interna de inovação e produção.






