Em 2024, Portugal enfrenta uma transformação significativa em sua demografia, com a população idosa (65 anos ou mais) subindo para 24,3%, comparado a apenas 9,7% em 1970. As projeções alertam que, até 2100, essa proporção pode chegar a alarmantes 37,3%. Esse aumento na população idosa é ainda mais evidente no índice de envelhecimento, que saltou de 72,1 em 1991 para 192,4 atualmente, afetando de maneira desproporcional as mulheres e os residentes do interior do país.
As condições de vida dos idosos também revelam desafios críticos. De acordo com pesquisas, 55,8% dos indivíduos acima de 65 anos relatam limitações em suas atividades diárias, sendo que esse percentual é ainda maior entre as mulheres (61,1%). Em 2023, a esperança de vida aos 65 anos era de 22,7 anos para mulheres e 19,2 anos para homens, mas problemas de saúde reduziram expectáveis 15 e 10 anos, respectivamente, para uma vida saudável.
Além das preocupações com saúde, a pobreza entre os idosos permanece alarmante. A taxa de pobreza, mesmo após transferências sociais, foi de 21,1% em 2023 entre os idosos, em contraste com 16,6% na população geral, o que significa que mais de um terço dos idosos que vivem sozinhos enfrentam dificuldades financeiras.
Adicionalmente, a incapacidade econômica para manter habitação adequadamente aquecida é mais acentuada em Portugal do que na média da União Europeia, especialmente entre lares compostos por idosos em situação de vulnerabilidade. Em um panorama laboral, 46,5% dos pensionistas de velhice que continuam trabalhando o fazem motivados por questões financeiras, refletindo as dificuldades econômicas que muitos enfrentam durante este período da vida.
Esses fatores sublinham a necessidade urgente de políticas públicas que abordem não apenas a saúde, mas também a segurança financeira e a qualidade de vida dos idosos em Portugal.
Origem: Instituto Nacional de Estatística

