Os ataques da Rússia à cidade de Kherson, na Ucrânia, têm sido classificados como crimes contra a humanidade pela Comissão Internacional Independente de Inquérito sobre a Ucrânia, que divulgou um relatório detalhando as atrocidades nesta quarta-feira. Desde julho de 2024, drones russos têm sido utilizados de forma sistemática, resultando na morte de quase 150 civis e deixando centenas de feridos.
Civis, incluindo homens, mulheres e crianças, foram alvos enquanto realizavam atividades cotidianas em diversas localidades. O relatório indica que os ataques ocorrem em uma área que se estende por mais de 100 km ao longo da margem direita do rio Dnipro. Além de descrever a natureza generalizada e coordenada dos bombardeios, os investigadores entrevistaram 90 moradores locais e revisaram uma vasta quantidade de evidências, incluindo vídeos e comunicações online que mostram a execução planejada dos ataques.
O horror causou impactos profundos. Uma mulher de Poniativka compartilhou sua amarga experiência ao ver seu marido morrer em seus braços, enquanto aguardavam a ambulância que não chegou a tempo. Os ataques também afetaram veículos de emergência, violando normas internacionais que protegem esses serviços. Outro testemunho relata que um homem foi gravemente ferido por um explosivo enquanto era atendido por paramédicos, em um ataque que demonstra o desprezo flagrante pela vida civil.
A Comissão de Inquérito afirma que as ações das forças armadas russas configuram crimes de guerra, destacando que não há registros de tentativas por parte das autoridades russas para evitar tais ações contra civis. As evidências coletadas denunciam um padrão de ataques que desafiam as leis de guerra e levantam sérias preocupações sobre a proteção dos direitos humanos na região.
Origem: Nações Unidas