O mundo da liderança política ainda é dominado por homens, de acordo com um novo relatório da União Interparlamentar em parceria com a ONU Mulheres, apresentado na Comissão do Estatuto da Mulher em Nova Iorque. A pesquisa revela que, em 2025, a presença feminina em legislativos e executivos é significativamente inferior, com mulheres ocupando apenas 27,2% dos assentos nas casas legislativas, um aumento modesto de 0,3 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
A presidente da União Interparlamentar, Tulia Ackson, expressou sua preocupação com a estagnação do progresso em um ano marcado por inúmeras eleições ao redor do mundo. Em contraste, as posições no governo viram uma queda de 0,4 pontos percentuais, o que revela um retrocesso em um tema tão urgente. “É alarmante que, após anos de progressos esperados, ainda estejamos lutando para garantir a igualdade de gênero na política”, destacou Ackson.
Martin Chungong, secretário-geral da União Interparlamentar,insiá que a equidade de gênero requer ação coletiva, não só de mulheres, mas também de homens, para que todas as vozes sejam representadas nas decisões políticas. A diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, lembrou que a promessa de igualdade feita na Declaração de Pequim, há 30 anos, permanece longe de ser cumprida, enfatizando que o retrocesso não deve ser aceito.
O relatório também destaca que somente 25 países têm mulheres em posições de liderança, sendo a Europa a região com o maior número de líderes femininas. Apesar de alguns avanços, como as primeiras eleições de mulheres líderes em países como México e Namíbia, muitos países ainda não experimentaram a liderança feminina, com 106 nações sem chefes de Estado ou governo do sexo feminino.
A pesquisa aponta que as mulheres são frequentemente excluídas de áreas chave, com uma predominância masculina em ministérios de finanças, defesa e relações exteriores. O estudo conclui que a participação feminina em áreas políticas é vital para a saúde e a robustez das democracias, e que a lacuna entre gêneros continua a ser uma questão crítica que precisa de atenção e ação imediata.
Origem: Nações Unidas