Nos dias finais da Segunda Guerra Mundial, a utilização de bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki ficou marcada como um dos momentos mais sombrios da história, ressaltando o imenso poder destrutivo das armas nucleares. Hoje, após oito décadas, a ameaça nuclear ressurge com mais intensidade, à medida que tensões geopolíticas e conflitos armados proliferam pelo mundo.
Em uma mensagem publicada recentemente para o Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares, o secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatizou que “as armas nucleares não oferecem segurança, apenas a promessa de aniquilação”. Essa declaração ecoa a preocupação contínua da organização desde que a primeira resolução sobre desarmamento foi aprovada em 1946.
Atualmente, o mundo guarda mais de 12 mil ogivas nucleares, e a possibilidade de um lançanento acidental se aproxima de um erro ou cálculo equivocado. Guterres ressaltou que a modernização dos arsenais nucleares, muitas vezes acompanhada pela incorporação de novas tecnologias, como a inteligência artificial, aumenta os riscos de mal-entendidos e acionamentos involuntários.
Além disso, o enfraquecimento de tratados internacionais, como o Tratado de Não Proliferação Nuclear e a retirada de compromissos por parte de potências nucleares, expõe a fragilidade dos mecanismos de controle e promove o temor de uma nova corrida armamentista. A instabilidade geopolítica crescente, especialmente relacionada ao conflito na Ucrânia e as tensões entre Estados Unidos e Rússia, traz um novo sentido de urgência ao debate sobre desarmamento.
Para marcar o Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares em 2025, a ONU planeja uma reunião de alto nível em Nova Iorque, onde se buscará reavivar o compromisso global em prol de um mundo sem armas nucleares. Esta iniciativa visa restaurar a confiança entre os Estados armados, encorajar moratórias sobre testes nucleares e exigir compromissos firmes de desarmamento.
Enquanto isso, a sombra das armas nucleares continua a pairar sobre a humanidade, exigindo um diálogo contínuo e esforços coletivos para garantir um futuro seguro e pacífico.
Origem: Nações Unidas
