Paris está se tornando o epicentro de um debate crucial sobre o futuro da inteligência artificial (IA), reunindo mais de 150 líderes mundiais na Cúpula de Ação de Inteligência Artificial, coorganizada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, e pelo primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. Nesta terça-feira, o destaque será uma plenária com chefes de Estado que discutirá ações comuns a serem tomadas no envolvimento com a tecnologia emergente.
O evento conta com a presença do secretário-geral da ONU, António Guterres, cuja participação é vista como essencial para estabelecer um quadro de governança para a IA, visando mitigar os riscos associados ao seu rápido desenvolvimento e à crescente automação. Na apertura, o diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Gilbert Houngbo, trouxe à tona preocupações sobre como a automação está afetando desproporcionalmente os empregos administrativos, frequentemente ocupados por mulheres, e contribui para a intensificação da desigualdade de gênero.
Durante sua fala, Houngbo destacou que embora a IA crie novas oportunidades de trabalho, há uma grande preocupação com a qualidade e a segurança dos novos postos de trabalho que estão surgindo. Ele alertou que muitos desses empregos serão menos remunerados e, frequentemente, com menos proteção para os trabalhadores, citando o modelo da “economia gig” como um exemplo de vulnerabilidade no mercado de trabalho atual.
O foco do discurso do secretário-geral da ONU na plenária será sobre a concentração de tecnologias de IA em mãos de poucos e os riscos associados a essa desigualdade, que pode agravar ainda mais as divisões econômicas e geopolíticas. Guterres enfatizará a necessidade de uma abordagem cooperativa entre os líderes globais na partilha de conhecimentos e na criação de um ambiente de trabalho mais justo.
A cúpula não se limita às discussões sobre governança; também inclui uma variedade de eventos paralelos que abordarão temas como a intersecção entre IA e democracia, seu impacto ambiental e preocupações com segurança cibernética. O compromisso dos líderes em promover proteções globais será fundamental para moldar a trajetória da inteligência artificial, enquanto a capital francesa se prepara para mais diálogos vitalícios sobre as implicações desta tecnologia emergente.
Origem: Nações Unidas