A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP30, está ocorrendo em Belém, no Brasil, em um momento crítico para o futuro do planeta. O evento é realizado após dois anos consecutivos de recordes de temperaturas globais e um aumento contínuo nas emissões de gases de efeito estufa. As tensões internacionais, marcadas por conflitos e divergências energéticas, desafiam o progresso na diplomacia climática. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) considera a COP30 uma das conferências mais importantes da última década.
Dentre os tópicos principais, destaca-se a necessidade urgente de evitar um aumento descontrolado da temperatura global. O Relatório sobre a Lacuna de Emissões de 2025 do Pnuma destaca que os compromissos atuais podem levar o mundo a um aquecimento entre 2,3 e 2,5 graus Celsius até o final do século, superando a meta de 1,5 graus Celsius na próxima década. Isso pressiona os países a apresentarem planos mais ambiciosos para redução de emissões.
Além de mitigar os impactos climáticos, a proteção das comunidades vulneráveis será um foco central. Conforme o Relatório sobre o Fosso de Adaptação de 2025, os países em desenvolvimento necessitarão de mais de 310 bilhões de dólares anualmente até 2035 para se protegerem de eventos climáticos extremos. A COP30 deve estabelecer uma nova meta global de financiamento para adaptação, com claros indicadores de progresso.
Outro aspecto importante é a promessa de 1 trilhão de dólares em apoio climático, com o Azerbaijão e o Brasil liderando uma proposta para mobilizar 1,3 trilhão de dólares anuais até 2035. O plano busca combinar fundos públicos e privados, aumentando o investimento em mitigação e adaptação.
A conferência também apresentará soluções inovadoras, como a campanha “Beat the Heat”, voltada à refrigeração sustentável, e o plano “Food Waste Breakthrough”, que propõe reduzir o desperdício alimentar em 50% nos próximos cinco anos. Iniciativas locais, como o “Bairro do Mutirão para Cidades, Água e Infraestrutura” no Brasil, demonstrarão como projetos sustentáveis podem beneficiar comunidades.
A transição energética e a descarbonização, por sua vez, geram oportunidades, mas também riscos para trabalhadores em setores de alto carbono. A COP30 deverá aprovar o Mecanismo de Ação de Belém, que orientará políticas de emprego e formação para garantir condições justas durante essa transformação.
Por último, a conferência representa uma oportunidade para recuperar o espírito do Acordo de Paris, que completa uma década neste ano. Apesar das conquistas, o ritmo de ação ainda é insuficiente, e a COP30 é vista como um momento crucial para revitalizar a ambição e a cooperação entre os países. Segundo Ruth Do Coutto, do Pnuma, ainda há tempo para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas, mas somente através de ações decisivas e imediatas.
Origem: Nações Unidas






