O Conselho de Segurança da ONU realizou neste domingo sua terceira reunião de emergência para abordar a crescente tensão no Irã, após bombardeios dos Estados Unidos a instalações nucleares iranianas. A sessão foi convocada a pedido do governo de Teerã, que exige uma condenação formal dos ataques por parte do Conselho.
António Guterres, secretário-geral da ONU, alertou os 15 Estados-membros sobre os perigos de uma escalada de retaliações, enfatizando a importância da diplomacia como meio de evitar um conflito mais amplo. Durante a reunião, Guterres destacou a necessidade de proteger os civis e assegurar a navegação marítima segura, além de fazer um apelo por ações imediatas que visem o término dos combates e o reinício de negociações sobre o programa nuclear iraniano.
O secretário-geral também pediu uma solução que restaure a confiança, com acesso pleno para inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) às instalações nucleares do Irã. Ele reiterou a importância do Tratado de Não Proliferação Nuclear, insistindo que o Irã deve cumpri-lo integralmente.
Por sua vez, o subsecretário-geral assistente para Assuntos Políticos, Miroslav Jenca, revelou que, logo após os ataques americanos, a Guarda Revolucionária Islâmica lançou mísseis contra Israel, resultando em feridos e danos significativos a várias estruturas em Tel Aviv. O governo iraniano já confirmou um alto número de vítimas civis devido aos ataques israelenses, enquanto Israel contabiliza suas próprias perdas desde o inicio dos confrontos.
Durante a reunião, Rafael Mariano Grossi, diretor-geral da Aiea, sublinhou que o regime de não proliferação, que garante a segurança internacional há mais de 50 anos, enfrenta sua maior crise. Ele reiterou a necessidade urgente de paz na região e do retorno às negociações, propondo que inspetores da Aiea sejam autorizados a retomar suas atividades nas instalações nucleares iranianas para garantir a transparência e a segurança na área.
Origem: Nações Unidas