Uma Comissão de Inquérito Independente, designada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, divulgou nesta terça-feira alegações de que as ações de Israel em Gaza configuram genocídio. A presidente da Comissão, Navi Pillay, destacou em Genebra que “há uma clara intenção de annihilar os palestinos em Gaza por meios que correspondem aos critérios definidos na Convenção para Prevenção e Punição do Crime de Genocídio”.
O relatório identificou quatro dos cinco atos que podem ser classificados como genocidas, incluindo assassinato, danos físicos e mentais graves, condições de vida deliberadamente impostas para a destruição de um povo e medidas para impedir nascimentos. Pillay frisou que a comunidade internacional não pode permanecer em silêncio diante do que chamou de “campanha genocida de Israel contra os palestinos”.
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores de Israel rejeitou as conclusões, rotulando-as como “falsas” e baseadas em “mentiras do Hamas”. O embaixador israelense Daniel Meron classificou a publicação de mais de 70 páginas como “escandalosa”.
Enquanto isso, as equipes humanitárias relataram um incremento nos bombardeios em Gaza. A porta-voz do Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários informou que comboios de ajuda enfrentam bloqueios e que várias missões foram canceladas. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) também expressou preocupação com o aumento da desnutrição infantil na região, ressaltando que 26 mil crianças precisam de tratamento urgente.
Na mesma sessão, o Conselho de Direitos Humanos realizou um debate urgente sobre os ataques israelenses que ocorreram no Catar na semana passada. O alto comissário de Direitos Humanos, Volker Turk, denunciou a situação como uma “violação flagrante” da soberania do Catar. O debate, que durou cerca de três horas, resultou na intenção do Catar de apresentar um projeto de resolução ao Conselho, apoiado por outras nações.
Origem: Nações Unidas