Um projeto do Banco Mundial no Ceará tem impulsionado a formação de profissionais no setor de energias renováveis, evidenciando um esforço significativo por parte do estado em expandir o ensino técnico nessa área. Graças ao Financiamento para Desenvolvimento de Políticas (DPF), o número de escolas dedicadas a essa formação aumentou de uma, em 2022, para sete estabelecimentos em todo o estado. A primeira turma de formandos concluiu o curso em dezembro de 2024, somando 41 alunos que se graduaram da Escola Estadual de Educação Profissional Walter Ramos de Araújo, localizada em São Gonçalo do Amarante, após completar 300 horas de estágio em empresas locais.
Dentre os formandos, Saulo de Brito, de 17 anos, foi contratado antes mesmo de completar a maioridade, começando sua carreira como aprendiz de auxiliar técnico na Comsert Engenharia, empresa que atua em projetos de usinas fotovoltaicas. Saulo expressa otimismo em relação ao futuro do setor, afirmando que a área de engenharia está se expandindo e que o mercado de energias renováveis tende a crescer.
A professora Maise Soares, que teve um papel fundamental na formação dos alunos, não apenas orienta sobre os aspectos técnicos, mas também destaca a importância de considerar as implicações sociais e ambientais dos projetos de energia. Ela defende que é crucial pensar nas comunidades impactadas e em como essas iniciativas podem proporcionar acesso a oportunidades de emprego e aumento de renda.
O curso abrangia mais do que apenas a formação técnica para operar parques eólicos e fotovoltaicos; também preparou profissionais capacitados para manter a viabilidade financeira das empresas do setor. Ariani Soares, de 19 anos, é um exemplo disso, tendo sido contratada pela Megawind e com planos de cursar Ciências Econômicas. Ela aconselha os jovens a se capacitar, pois o setor é amplo e oferece diversas oportunidades.
O Ceará, conhecido por seu grande potencial eólico e solar, está se preparando para liderar globalmente em hidrogênio verde, aproveitando sua estratégia geográfica e o Complexo Industrial e Portuário do Pecém. De acordo com dados de 2023, o setor energético do Ceará representou 26,1% das emissões de gases de efeito estufa do estado, uma diminuição em relação aos 42% registrados em 2021, refletindo um movimento em direção a uma economia mais sustentável.
Origem: Nações Unidas