Um estudo da Sage revela que 91% das empresas consideram ferramentas digitais e inteligência artificial essenciais para seu sucesso, enquanto pedem maior acesso a financiamento e talento para consolidar sua liderança global.
A empresa de tecnologia Sage publicou um novo estudo destacando o papel central das start-ups e scale-ups europeias na economia do continente. O relatório, baseado em uma macroenquete com mais de 7.500 executivos em 15 países da União Europeia — com comparações com Reino Unido, Estados Unidos e Canadá — oferece uma visão clara das empresas que lideram o crescimento, a internacionalização e a inovação, mas que ainda enfrentam barreiras sistêmicas que limitam seu pleno potencial.
Segundo os resultados do estudo, as scale-ups europeias estão crescendo a uma taxa média anual de 38%, quase o dobro do limite estabelecido pela OCDE para classificar uma empresa como de alto crescimento. Esse dado coloca o ecossistema europeu acima da média global e sublinha seu potencial como motor de emprego e desenvolvimento econômico.
Um dos fatores-chave identificados pela Sage é a aposta em tecnologia: 91% das empresas entrevistadas afirmam que as ferramentas digitais são essenciais para seu sucesso, e um terço já utiliza inteligência artificial em suas operações diárias. As empresas mais digitalizadas crescem 32% mais rápido do que suas concorrentes, evidenciando a relação direta entre maturidade digital e capacidade de escalar o negócio.
A projeção internacional é uma constante: 98% das scale-ups europeias estão presentes em mercados globais ou planejam expandir-se em curto prazo. Mais da metade de sua receita (52%) vem de fora de seu país de origem, reforçando a imagem de uma Europa com vocação exportadora e competitiva no cenário mundial.
Embora a confiança no futuro seja elevada — 87% das empresas esperam acelerar seu crescimento em 2025 e 93% asseguram que manterão sua sede na Europa — o relatório da Sage alerta que desafios estruturais persistem. O acesso ao financiamento continua sendo um obstáculo significativo: 67% das empresas de nova geração enfrentam dificuldades para captar investimentos, enquanto a fragmentação regulatória na União Europeia é considerada mais uma barreira para o crescimento por mais da metade dos entrevistados.
Além disso, a escassez de talento qualificado, especialmente em áreas tecnológicas, e políticas digitais que, segundo os líderes empresariais, não se ajustam sempre ao ritmo ou às necessidades dos projetos inovadores, agravam o cenário.
Derk Bleeker, diretor comercial da Sage, destacou a importância de enfrentar esses desafios para garantir o papel das pmes e scale-ups no futuro econômico da Europa: “Estamos em um ponto de inflexão. O relatório demonstra que start-ups e scale-ups serão cruciais para a prosperidade da UE, criando empregos, impulsionando a inovação e reforçando a resiliência econômica. Mas, para prosperar, precisam superar obstáculos como a fragmentação regulatória, o acesso limitado a financiamento e políticas digitais que nem sempre facilitam seu crescimento.”
O relatório da Sage conclui pedindo aos responsáveis políticos europeus que simplifiquem o acesso a ferramentas digitais, financiamento e mercados internacionais, além de promover o talento, para que as scale-ups possam atingir todo seu potencial inovador e competitivo.