Nesta terça-feira, sob a presidência da Grécia, o Conselho de Segurança da ONU promoveu um importante debate aberto sobre segurança marítima. O secretário-geral António Guterres alertou para a crescente pressão que os espaços marítimos enfrentam devido a “ameaças tradicionais e perigos emergentes”. Durante sua fala, Guterres destacou que as rotas marítimas e as pessoas que delas dependem estão “pedindo socorro”.
Entre os desafios mencionados, estão a contestação de fronteiras, o esgotamento de recursos naturais, o aumento das tensões geopolíticas e o crescimento de crimes como pirataria. De acordo com dados da Organização Marítima Internacional, os incidentes de pirataria e assalto à mão armada aumentaram 47,5% no primeiro trimestre deste ano em relação ao ano anterior, sendo a Ásia a região mais afetada, em particular o Estreito de Málaca.
Os conflitos no Mar Vermelho e no Golfo de Áden também foram abordados, visto que continuam a afetar o comércio global. Guterres alertou ainda para o tráfico de migrantes, armas e drogas nos mares, e para a crescente ameaça de ataques cibernéticos que atingem portos e companhias de navegação.
Em seu discurso, o secretário-geral fez um apelo aos países para que aumentem a cooperação em respeito ao direito internacional, propondo a Carta das Nações Unidas e a Convenção sobre o Direito do Mar como pilares essenciais para promover a segurança marítima. Ele ressaltou a importância de fortalecer parcerias entre governos, comunidades costeiras, indústrias e empresas de navegação.
O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, também fez sua apresentação, enfatizando que 80% do comércio internacional é transportado por mar e que a elevação do nível do mar, assim como condições climáticas extremas, são ameaças adicionais enfrentadas pelo setor. Mitsotakis ressaltou que a preservação dos oceanos é crucial para proteger a economia global, citando dados que apontam para o colapso econômico em caso de paralisação do transporte marítimo.
O debate abordou, portanto, não apenas questões de segurança, mas também a necessidade de ações integradas para garantir a sustentabilidade e a resiliência das rotas marítimas em um mundo em constante mudança.
Origem: Nações Unidas