A garantia pública no crédito habitação, introduzida pelo Governo como um incentivo para jovens na compra da primeira casa, já causa debate sobre seus potenciais riscos. Segundo o estudo “Toolkit das desigualdades” do CoLABOR, essa medida pode acentuar desigualdades nas áreas de habitação e riqueza, rendimento e condições de vida. Os autores do estudo destacam que a eficácia da política dependerá do seu desenho e implementação, que enfrentam o dilema de restringir o acesso apenas aos jovens sem poupanças suficientes, evitando beneficiar aqueles que já possuem recursos para financiar a compra.
Ainda segundo a pesquisa, a garantia pública pode gerar um aumento no risco financeiro por permitir que os jovens, que geralmente têm menos condições financeiras, acessem 100% do valor da aquisição, o que contrasta com a prática atual que exige 10% de entrada. Essa política, ao aumentar o nível de endividamento dos jovens, pode torná-los mais vulneráveis a oscilações econômicas, levantando preocupações sobre a estabilidadade do sistema financeiro. Os autores alertam que é crucial gerenciar adequadamente esses riscos no desenho da iniciativa.
Além disso, a expectatica de que a medida possa estimular uma maior demanda por habitação, especialmente em áreas urbanas, levanta receios sobre a inflação dos preços imobiliários. Essa maior procura pode dificultar ainda mais o acesso à habitação para outros grupos da população que não se qualificam para a garantia pública. Os especialistas advertem que o impacto pode se estender, afetando também o mercado de arrendamento, com custos adicionais que prejudicam os inquilinos, tornando a situação habitacional ainda mais complexa.
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