Está patente em Maputo a exposição da Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), comemorando seus 75 anos de atuação. A exposição, intitulada “Refúgio: Caminhos Cruzados”, foi inaugurada nas instalações dos Caminhos de Ferro de Moçambique e reúne uma variedade de fotografias que retratam a história dos refugiados e a presença da agência no país desde sua intervenção em Moçambique, que começou em 1960.
Durante a cerimônia de abertura, o representante do Acnur em Moçambique, Xavier Creach, destacou o apoio contínuo oferecido à República de Moçambique em resposta ao deslocamento forçado de suas populações, indicando que, desde 2017, mais de 1,3 milhão de moçambicanos foram afetados por crises internas, com cerca de 300 mil deslocados apenas desde julho de 2025.
A exposição busca não apenas contar a história dos deslocados, mas também humanizar a realidade através de retratos de vida de estudantes, agricultores e líderes comunitários que, apesar das dificuldades, se esforçam para reintegrar-se em suas novas comunidades. Graça Machel, ativista e ex-primeira-dama de Moçambique, refletiu sobre sua experiência como refugiada e ressaltou a importância da solidariedade e hospitalidade no tratamento de refugiados.
Histórias como a de Nathalie Vanessa, filha de pais ruandeses que enfrentaram desafios ao se estabelecerem em Moçambique, e a de Fabrice Nishimwe, que superou diversas adversidades e recentemente se formou em engenharia civil, ilustram o impacto positivo das iniciativas de apoio educacional, como o programa Dafi, que visa transformar a vida de jovens deslocados.
O Acnur, criado em 1950 com o intuito de garantir a proteção dos refugiados, continua a desempenhar um papel fundamental em Moçambique, ajudando o governo local a enfrentar os desafios do deslocamento e a melhorar o sistema nacional de asilo. Atualmente, mais de 117 milhões de pessoas estão deslocadas em todo o mundo, refletindo a urgência da missão do Acnur frente a conflitos, abusos de direitos humanos e mudanças climáticas que continuam a forçar famílias a deixar suas casas.
Origem: Nações Unidas





