Inteligência Artificial Transformará a Governança Corporativa até 2029, aponta Gartner
Em um recente relatório apresentado durante a Data & Analytics Summit em Sydney, a Gartner afirmou que a inteligência artificial (IA) deixará de ser um mero complemento e se tornará um agente decisivo nas empresas, impactando de forma significativa a governança corporativa, a tomada de decisões estratégicas e a eficiência operacional.
Conforme as previsões da empresa, até 2027, 50% das decisões empresariais serão potencializadas ou automatizadas por agentes de IA, uma nova abordagem chamada "inteligência de decisão". Esta metodologia integra dados, análise e IA para criar fluxos de decisão mais eficientes, assistindo humanos ou atuando autonomamente em contextos específicos.
Carlie Idoine, vice-presidente e analista da Gartner, ressaltou a importância da integração da IA com dados e governança: “A inteligência artificial não agrega valor sozinha. Ela precisa estar alinhada com dados, analítica e governança para permitir decisões inteligentes e adaptativas em toda a organização”.
Outra conclusão relevante do relatório indica que as organizações que investirem em formação em IA para seus executivos poderão registrar um desempenho financeiro até 20% superior em comparação àquelas que não o fizerem. Isso destaca a necessidade de os líderes não apenas delegarem responsabilidades a suas equipes técnicas, mas também adquirirem conhecimento sobre os riscos e oportunidades que a IA oferece.
Gartner também alertou sobre os riscos emergentes associados ao uso de dados sintéticos, afirmando que 60% dos líderes em dados e análise enfrentarão dificuldades significativas na gestão desses dados até 2027, o que pode comprometer a precisão e a governança dos modelos de IA.
Adicionalmente, a tendência de desenvolver soluções de IA generativa personalizadas está em ascensão. Até 2028, 30% dos projetos de IA generativa que entrarem em produção serão construídos internamente, permitindo um maior controle e redução de custos.
A qualidade semântica dos dados, segundo o relatório, será crucial para melhorar a precisão e reduzir os custos dos modelos generativos, podendo aumentar a precisão em até 80% e diminuir os custos operacionais em até 60%.
Por fim, a Gartner prevê uma mudança significativa na estrutura de governança das empresas. Até 2029, 10% dos conselhos de administração globais utilizarão IA para desafiar decisões executivas com impacto material, evidenciando a necessidade de estabelecer limites claros sobre o papel da IA na supervisão estratégica.
As previsões da Gartner enfatizam que a inteligência artificial vai além de uma ferramenta tecnológica; ela é uma força transformadora que redefinirá a tomada de decisões e a responsabilidade nas organizações. As empresas que adotarem essa evolução de maneira crítica e estratégica estarão preparadas para liderar na nova era digital.