A complexidade crescente da nuvem atual força uma reavaliação da posição da inteligência tecnológica, da confiança nos sistemas que impactam o cotidiano e da construção de infraestruturas sustentáveis na era da inteligência artificial. Essa mudança demanda um enfoque não apenas empresarial, mas ético e responsável, especialmente em relação ao retorno sobre investimento (ROI) em projetos de IA.
Com a previsão de um aumento significativo nas despesas em nuvem, impulsionado por modelos de IA que exigem maior poder computacional e armazenamento, diretores estão sendo desafiados a equilibrar custos, desempenho e inovação. De acordo com a Akamai, até 2026, empresas de tecnologia estarão sob pressão intensa para demonstrar resultados tangíveis. Projetos sem um ROI claro estão sendo revisitados, evidenciando ineficiências e a utilização excessiva de recursos.
A busca por um ROI mais eficaz pode, paradoxalmente, catalisar uma adoção mais inteligente da IA. Os líderes do setor que perceberem o custo da nuvem como uma oportunidade de inovação focada em valor são os que terão vantagem competitiva. Essa transformação levará à utilização de arquiteturas escaláveis e ágeis, propiciando um crescimento sustentável no ecossistema de IA.
A confiança do consumidor em agentes de IA, com tarefas delegadas a esses sistemas, deverá se normalizar até 2026. Com a evolução dos agentes de IA, a população poderá delegar atividades cotidianas, tornando a frase “Farei com IA” comum em vez de “Vou buscar no Google”. Este crescimento na confiança é impulsionado pela eficiência quase perfeita de chatbots e assistentes virtuais, que dependem de serviços de computação localizados mais próximos do usuário, diminuindo a latência e aumentando a eficácia.
Contudo, o cenário não é totalmente otimista. Interrupções e falhas de segurança em 2025 evidenciaram a fragilidade dos ecosistemas hiperconectados, levando a uma reavaliação da real necessidade de inteligência na nuvem. Para os fornecedores de serviços em nuvem, o foco não deve ser em transferir mais cargas de trabalho, mas em desenvolver uma distribuição mais inteligente entre nuvem e edge. Arquiteturas híbridas, onde funções críticas operam localmente, serão cruciais para restabelecer a confiança dos consumidores.
Em meio a estes desafios, o mercado de streaming se transforma, com a explosão de plataformas nos últimos anos mudando o consumo de conteúdo. O ano de 2026 poderá marcar uma fase de consolidação, onde plataformas que investem em experiências do usuário e personalização inteligente poderão se destacar. Plataformas que utilizam IA para gerenciar catálogos e recomendações devem se tornar essenciais, adequando-se a demandas variáveis dos consumidores e promovendo um ecossistema de streaming mais inteligente e sustentável.
Essas transformações são apontadas por John Bradshaw, diretor de Tecnologia Field Compute da Akamai, que destaca a importância de moldar um futuro que priorize o valor ao usuário, a eficiência operacional e a inovação tecnológica em todas as áreas da indústria.






