Artistas Visuais, Designers de Moda e Criadores Digitais se Reúnem em Exposição Inédita sobre Limites Criativos da Inteligência Artificial
Paris, a capital histórica da arte e inovação cultural, acolhe de 10 a 12 de junho a impressionante galeria de arte com IA da NVIDIA GTC Paris. Situada no pavilhão 7.1 do Paris Expo Porte de Versailles, a exposição reúne obras de artistas internacionais que estão redefinindo o conceito de criação na era da inteligência artificial.
A mostra apresenta uma diversidade de trabalhos, desde pinturas a óleo geradas a partir de sonhos até flores extintas recriadas digitalmente e campanhas de moda protagonizadas por tubérculos na passarela. A potência computacional da NVIDIA impulsiona tanto a criatividade quanto a reflexão proposta por cada obra.
Um dos artistas em destaque é aurèce vettier (nome artístico de Paul Mouginot), que desde 2019 explora a IA como uma ferramenta poética. Suas obras, incluindo a série “le travail des rêves”, são geradas a partir de modelos treinados com fotografias pessoais convertidas em pinturas a óleo. “Quando você treina uma IA com suas próprias memórias, ela deixa de ser apenas uma ferramenta e se torna um espelho poético”, afirma o artista.
A artista senegalesa Linda Dounia Rebeiz contribui com “Once Upon a Garden”, um arquivo especulativo sobre flores do Sahel que desapareceram devido às mudanças climáticas. Ao lançar luz sobre a sub-representação do Sul Global nos dados que alimentam a IA, Rebeiz utiliza a tecnologia não apenas como ferramenta criativa, mas também como um meio de preservação cultural.
Outros projetos notáveis incluem o Entangled Others Studio, que mescla arte, ecologia e biologia sintética para criar visualizações poéticas, e o estúdio fuse, da Itália, que utiliza mais de 28.000 relatos oníricos em sua obra “Onirica ()”, gerada com dados de sonhos do laboratório de psicofisiologia da Universidade de Bolonha. O artista holandês Jeroen van der Most traz um toque de humor com “Vegetable Vendetta”, onde batatas desfilam como modelos de alta costura, ironizando a interseção entre tecnologia e publicidade.
O evento também serve como um panorama do futuro da moda, com o Institut Français de la Mode e a Fashion Innovation Agency do London College of Fashion apresentando como a IA pode gerar conceitos e coleções sem a necessidade de costura. Segundo Giovanna Casamiro, professora do IFM, "a IA não substitui o designer; ela o desafia".
Mais do que uma simples exposição, a galeria de arte com IA do GTC Paris é uma declaração sobre como a inteligência artificial pode complementar a criatividade humana, provocando reflexões sobre autoria, memória, estética e sustentabilidade em uma sociedade cada vez mais mediada por algoritmos. Para aqueles que não puderem comparecer presencialmente, a galeria virtual estará acessível no site da NVIDIA. Para quem está em Paris, a visita é um convite irrecusável para descobrir um vislumbre do arte do futuro.