A gigante tecnológica californiana anunciou nesta quarta-feira seus resultados financeiros para o primeiro trimestre do exercício fiscal de 2026, encerrado em 27 de abril de 2025. Com uma receita recorde de 44,062 bilhões de dólares, a empresa registrou um impressionante crescimento de 69% em comparação ao mesmo período do ano anterior, além de um aumento de 12% em relação ao trimestre anterior.
O desempenho da NVIDIA se destaca em um cenário marcado por um crescimento acelerado do setor de inteligência artificial, mas também por tensões geopolíticas. Recentemente, a empresa recebeu do governo dos Estados Unidos a exigência de uma licença específica para exportar seus chips H20 para a China, o que resultou em um impacto imediato nas finanças da companhia, que teve de contabilizar um custo extraordinário de 4,538 bilhões de dólares devido a excessos de inventário e obrigações contratuais relacionadas a esses produtos.
Embora tenha enfrentado esse revés, a NVIDIA se mantém financeiramente robusta. O lucro líquido, conforme o padrão GAAP, foi de 18,775 bilhões de dólares, um crescimento de 26% em relação ao ano anterior. O lucro por ação diluído ajustado, desconsiderando o impacto do custo dos chips H20, foi de 0,96 dólares, em comparação a 0,81 dólares no mesmo período do ano passado. Além disso, a companhia reportou um fluxo de caixa livre de 26,135 bilhões de dólares.
O setor de centros de dados continua sendo o principal motor desse crescimento, com receitas de 39 bilhões de dólares e um aumento de 73% em relação ao ano anterior. Jensen Huang, CEO da NVIDIA, enfatizou a forte demanda global por infraestrutura de inteligência artificial, destacando que a criação de tokens de inferência de IA aumentou dez vezes em apenas um ano. Huang também comparou a inteligência artificial a infraestrutura essencial, como eletricidade e internet, ressaltando o papel central da NVIDIA nessa transformação.
Durante o trimestre, a empresa anunciou a produção em larga escala de sua supercomputadora de inteligência artificial Blackwell NVL72 e firmou novas parcerias para implantar fábricas de IA em locais estratégicos como Estados Unidos, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Taiwan. Inovações como NVLink Fusion, DGX Cloud Lepton e a família de modelos Llama Nemotron também foram apresentadas.
Para o próximo trimestre fiscal, a NVIDIA projeta receitas de 45 bilhões de dólares, prevendo um margem bruta GAAP de 71,8% e um margem não-GAAP de 72%. Mesmo com as restrições de exportação, que podem gerar uma perda de cerca de 8 bilhões de dólares em receitas potenciais, a empresa continua otimista. Além disso, anunciou o pagamento de um dividendo trimestral de 0,01 dólares por ação, a ser realizado no dia 3 de julho de 2025.
Outras divisões da empresa também mostraram desempenho positivo. O setor de gaming atingiu receitas recordes de 3,8 bilhões de dólares, impulsionado pelos lançamentos das novas GPUs GeForce RTX 5070 e 5060. O segmento de visualização profissional gerou 509 milhões de dólares, enquanto a divisão automotiva cresceu 72%, alcançando 567 milhões de dólares. Entre as inovações, destacou-se a colaboração com a General Motors em robótica e IA voltada para veículos, além do lançamento do modelo NVIDIA Isaac GR00T para robôs humanoides.
Apesar das restrições impostas pelo governo dos EUA, a NVIDIA conseguiu se manter competitiva e demonstrar resiliência no mercado. Sua posição central na revolução da inteligência artificial e seus múltiplos acordos estratégicos a consolidam como uma das empresas mais influentes na nova ordem tecnológica global. O impacto regulatório continua sendo um risco, mas os resultados do primeiro trimestre de 2026 reforçam seu papel de liderança em um mercado em rápida expansão.