A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alertou sobre o aumento do risco de febre amarela nas Américas, destacando que o número de casos tem crescido de forma preocupante. Nos primeiros cinco meses de 2025, foram registrados 221 casos confirmados da doença, 89 dos quais resultaram em mortes, representando um aumento significativo em relação ao teto de 61 casos e 30 óbitos do ano anterior.
O Brasil se destacou como o país com o maior número de ocorrências, contabilizando 110 notificações e 44 mortes. Outros países da região, como Colômbia, Peru, Equador e Bolívia, também apresentaram casos, mas em menor escala. A Opas expressou preocupação com a expansão da doença para áreas urbanas, como no estado de São Paulo, no Brasil, e no Departamento de Tolima, na Colômbia, alertando para os riscos de um surto urbano.
A cobertura vacinal contra a febre amarela tem caído drasticamente. Dados indicam que a imunização nos países endêmicos agora está abaixo dos 95% recomendados, com muitos casos de infecções ocorrendo entre indivíduos não vacinados. Além disso, a Opas destacou a limitação do fornecimento global de vacinas como um desafio persistente, afetando a capacidade de resposta nos países da região.
Em resposta à situação, a Opas enfatizou a necessidade de fortalecer a vigilância epidemiológica, aumentar a vacinação em grupos de risco e melhorar as estratégias de comunicação para orientar as comunidades afetadas. A agência continua monitorando a situação e oferecendo suporte técnico para aprimorar as estratégias de vacinação, incluindo o uso de doses fracionadas quando necessário.
A febre amarela é uma doença hemorrágica aguda que possui uma transmissão endêmica em regiões tropicais das Américas e África, geralmente facilitada por mosquitos das espécies Haemogogus e Sabethes. Os sintomas se manifestam entre 3 a 6 dias após a infecção e podem incluir febre, dores musculares, náuseas e, em casos graves, complicações que levam à morte. A Opas permanece atenta à evolução da doença e ao desenvolvimento de estratégias eficazes para combater surtos futuros.
Origem: Nações Unidas