As Nações Unidas manifestaram profunda preocupação com a crescente violência no Sudão, decorrente da recente ofensiva militar para retomar a capital, Cartum, por parte das forças armadas do país. Desde abril de 2023, os confrontos entre o Exército sudanês e os paramilitares das Forças de Reação Rápida (RSF) vêm provocando um deslocamento alarmante de civis, com estimativas indicando que cerca de 12 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar suas residências em busca de segurança.
Recentemente, foi relatado que o Exército reconquistou o Palácio Presidencial em Cartum, após intensos combates com membros da RSF, que ainda resistem na região. O Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos condenou a morte de numerosos civis, incluindo voluntários humanitários, devido a bombardeios e ao uso de artilharia pesada durante a ofensiva. Relatos de execuções sumarias, prisões arbitrárias e saques em instalações de saúde e cozinhas comunitárias indicam uma situação crítica de segurança para a população civil.
Além disso, a ONU expressou sua preocupação com as alegações de violência sexual em áreas como Giraif Gharb. Um ataque recente a um acampamento no leste de Cartum resultou na morte de cinco mulheres e ferimentos em outras pessoas, exacerbando ainda mais a crise humanitária.
O Escritório da ONU para Assistência Humanitária (Ocha) apelou a todas as partes envolvidas para que cessem a violência e respeitem o direito internacional humanitário, avisando que a situação em outras regiões, como o norte de Darfur, também é alarmante. Grupos armados em torno de El Fasher estão dificultando a fuga de milhares de refugiados, que enfrentam escassez de alimentos e serviços básicos. A deterioração da segurança aumentou a preocupação com a disseminação de doenças infecciosas devido ao acesso limitado a água potável e a serviços essenciais.
Os analistas afirmam que a reconquista de Cartum representa uma vitória significativa para o Exército, mas os paramilitares continuam controlando amplas áreas do Sudão ocidental. A ONU alerta que a crise atual já é considerada a maior emergência humanitária do mundo, com milhares de vidas em risco e necessidade urgente de assistência.
Origem: Nações Unidas