A startup chinesa Zhonghao Xinying, também conhecida como CL Tech, anunciou recentemente o início da produção em massa de seu chip especializado em inteligência artificial, a TPU batizada de “Chana”. Com sede em Hangzhou, a empresa está determinada a se estabelecer como uma alternativa local tanto para as GPUs da Nvidia quanto para as TPUs do Google.
O novo chip, denominado “General Purpose Tensor Processing Unit” (GPTPU), promete um desempenho até 1,5 vezes superior ao da Nvidia A100, ao mesmo tempo em que reduz o consumo de energia em cerca de 30% e diminui o custo computacional por unidade para aproximadamente 42% do que a GPU americana oferece em cargas de trabalho semelhantes.
Embora a A100 seja considerada uma geração “antiga” em relação às mais recentes famílias H100 e Blackwell, o movimento da Zhonghao Xinying é significativo, especialmente em um contexto de restrições de exportação dos Estados Unidos. Ter um acelerador próprio e competitivo, baseado em propriedade intelectual totalmente chinesa, se tornou uma prioridade nacional para Pequim.
Fundada em 2018 por Yanggong Yifan, um engenheiro formado em Stanford com experiência no design das TPUs do Google, e Zheng Hanxun, CTO da empresa, a Zhonghao Xinying representa o talento “boomerang”: profissionais que estudam e trabalham em Vale do Silício e retornam à China em busca de oportunidades em setores tecnológicos cruciais.
A empresa também introduziu a plataforma Taize, a qual conecta 1.024 unidades Chana em um único cluster, capaz de treinar modelos massivos de inteligência artificial. Este movimento visou oferecer não apenas chips, mas um ecossistema completo de hardware e software.
A ZX está se inserindo em um ambiente onde a hegemonia da Nvidia enfrenta desafios, com empresas como Google negociando vendas diretas de chips. Para a China, onde o acesso às GPUs de alta performance da Nvidia é limitado, a Chana surge como uma opção essencial para atender à crescente demanda interna por computação em inteligência artificial.
Em termos financeiros, a Zhonghao Xinying registrou receitas de 485 milhões de yuanes (aproximadamente 68,4 milhões de dólares) em 2023, mas enfrentou perdas significativas no primeiro semestre deste ano, reflexo de investimentos em desenvolvimento e expansão.
Embora a conquista da Zhonghao Xinying em lançar uma TPU própria em produção em massa seja inegável, especialistas apontam que a competitividade com os chips de última geração da Nvidia ainda é um desafio. O futuro da Chana dependerá da capacidade da empresa em desenvolver um ecossistema robusto para atrair clientes e competir no mercado global de inteligência artificial.






